Luís Antunes esteve na UBI
para uma discussão pública sobre o anteprojecto
da nova Lei do Trabalho
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Anteprojecto
da nova Lei do Trabalho apresentado na UBI
Plano de Intervenção
para a Beira Interior em Outubro
Aumentar a produtividade,
combater o absentismo e aproximar a Lei laboral nacional
à dos parceiros comunitários são
os principais objectivos do anteprojecto da Lei do Trabalho
apresentado pelo secretário de Estado do Trabalho
na passada terça feira na UBI. Luís Pais
Antunes adiantou ainda que está quase pronto o
Plano de Intervenção para a Beira Interior
que deverá ser apresentado durante o mês
de Outubro.
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Por Ana Maria
Fonseca
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Sistematizar
a legislação laboral, aproximando-a à
dos parceiros comunitários, e criando condições
para ter mais emprego e sobretudo mais investimento, redinamizar
a contratação colectiva de forma a que ela
seja um instrumento fundamental da organização
do mercado de trabalho, combater o absentismo, que é
de facto uma chaga social, e flexibilizar a organização
do trabalho foram os objectivos principais apresentados
pelo secretário de Estado do Trabalho, Luís
Pais Antunes, na passada terça feira, na UBI.
Para Luís Antunes, a nova Lei vai criar condições
para uma melhor organização do trabalho e,
portanto, para um exercício mais são da actividade
económica.
O secretário de Estado garantiu que já está
em laboração um plano específico para
fazer face aos problemas de emprego da Beira Interior que,
"em princípio, no início de Outubro será
divulgado". Po projecto passa agora por uma fase de
simulações e aprofundamento de várias
questões e irá incidir principalmente no investimento
na qualificação dos activos, "sobretudo
das pessoas que ficaram desempregadas na sequência
do encerramento das fábricas, e tem a ver com estímulo
à criação de novos empregos e do auto-emprego",
refere.
Luís Antunes salienta que este programa tem em conta
várias propostas, recolhendo contribuições
das mais diferentes proveniências e garante que terá
resultados práticos a curto prazo. "Preferi
atrasar a aprovação e a apresentação,
para poder fazer simulações e aprofundar alguns
aspectos, porque quero que esse plano tenha efeitos práticos
e permita atacar de forma tão rápida quanto
possível os problemas, sobretudo, das pessoas que
procuram trabalho, numa região onde a estrutura de
emprego é desajustada em relação às
necessidades das pessoas", justifica.
O secretário de Estado acredita que todas as medidas
são importantes mas que a contratação
colectiva poderá ser a chave para resolver muitos
dos problemas da actual organização do trabalho.
No entanto, lembra que o anteprojecto não é
um texto fechado. "Estamos neste momento a fazer a
discussão pública, há certamente aspectos
que serão alterados. O anteprojecto deve ser visto
como um todo e não como um conjunto de medidas avulsas",
sublinha.
Um "desequilíbrio fundamental"
Luís Antunes entende que uma nova Lei do Trabalho
será um passo para a aproximação entre
Portugal e os parceiros comunitários, apesar de defender
que a situação económica portuguesa
não está "assim tão atrasada em
relação à união europeia. Eu
diria que a realidade é cada vez menos diferente",
conclui.
Para Jorge Fael, do Partido Comunista, este código
do trabalho introduz um "desequilibro fundamental"
entre entidades patronal e trabalhador.
"Acho que este código do trabalho não
nos aproxima da Europa, porque muitas das medidas que nele
estão inscritas, e estamos a falar de 687 artigos,
que serão alterados, generalizam e eternizam o contrato
de trabalho", refere, acrescentando que este código
apresenta um conjunto de medidas que "representam um
retrocesso gravíssimo e que aponta o caminho para
a negociação individual entre o patrão
e o trabalhador como se estivéssemos em presença
de duas forças equilibradas, o que não é
verdade. O estado aqui não pode ser neutro, tem de
estar do lado do mais fraco, que é o trabalhador",
defende.
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