O traçado ainda será discutido com Espanha
Badajoz é uma das saídas possíveis para o TGV
Castelo Branco pode ficar de fora

A decisão sobre o TGV é conhecida esta semana. A ideia de "T" deitado, com uma saída via Cáceres, pode ser abandonada. E assim, o distrito pode ficar "a ver passar comboios".


João Alves
NC/Urbi et Orbi


O futuro traçado do TGV em Portugal (que deveria ter sido anunciado ontem, em Conselho de Ministros) pode não ser o tão falado "T", mas sim um novo traçado. É que, segundo o DN , o ministro das Obras Públicas, Valente de Oliveira, já terá apresentado ao primeiro-ministro, Durão Barroso, traçados alternativos que apontam para um perfil que não comprometa o futuro da ferrovia em Portugal.
Este novo estudo apontará, segundo o DN, para uma ligação com três saídas para Espanha: uma a partir do Porto em direcção a Vigo, outra de Aveiro em direcção a Salamanca, que passaria assim por Vilar Formoso, e outra a partir de Sines/Lisboa, passando por Évora/Elvas, em direcção a Badajoz. Numa fase posterior, Sines será ligada a Faro, seguindo depois o TGV até Espanha, a partir de Vila Real de Santo António. Deste modo, o famoso "T" (Lisboa/Porto com uma saída para Madrid a meio) não apareceria. As causas para estas alterações terão sido as preferências do governo espanhol para uma ligação por Badajoz, embora alguns sectores defendam uma ligação Lisboa/Cáceres, que traria mais rapidez ao percurso.
A verdade é que para a Beira Interior, se parece mais ou menos certo que na Guarda haverá TGV, já em Castelo Branco, caso o "T" não avance, não haverá comboio de alta velocidade. É que a nova solução fala numa saída para Badajoz, logo o TGV passaria por Évora, bastante mais abaixo do distrito albicastrense. Porém, as decisões para o traçado estavam reservadas para ontem (não foi possível apurar a infirmação até ao fecho da edição), altura em que o primeiro-ministro, Durão Barroso, se iria pronunciar. É que, entre os dias 2 e 3 de Outubro, os dois governos dos paíse vizinhos reúnem-se em Valência numa cimeira que deverá ser decisiva para o futuro do TGV em Portugal.
Recorde-se que na passada semana, a Rádio Renascença apontava para quase certa a entrada do TGV português em Espanha por Cáceres, uma hipótese que agora parece desvanecer-se. Em Maio de 2001, em Coimbra, os autarcas da Beira Interior tinham criticado o projecto apresentado pela RAVE (Rede Ferroviária de Alta Velocidade, SA), pois a ideia de "T" deitado no Litoral tinha sido abandonado. Agora, com três saídas, uma por Vilar Formoso, a Guarda parece ser ponto de passagem, mas Castelo Branco não.