JS critica prazo ilimitado no
crédito à habitação
"É um rebuçado
envenenado"
|
Alexandre Silva
NC/Urbi et Orbi
|
|
Hélio Fazendeiro, Secretário Coordenador da
Federação da Juventude Socialista (JS) acredita
que "o fim do Crédito Bonificado à Habitação
vai aumentar ainda mais as assimetrias entre Interior e
Litoral". O político lembra que, ao "abrigo"
daquele sistema de incentivo à compra da primeira
casa, muitos jovens se fixaram no Interior, pelo que não
compreende a posição do Governo em relação
a esta matéria. Fazendeiro reitera a necessidade
de o Executivo voltar atrás na sua decisão,
até porque, sublinha, "não são
apenas os jovens que procuram a primeira casa que saem prejudicados".
O socialista lembra que "o próprio sector da
construção civil se ressente e as receitas
que tem que pagar ao Estado diminuem". Logo, explica,
"o que o Estado ganha ao não bonificar o Crédito
à Habitação, perde em taxas pagas pelos
construtores civis".
Em relação ao diploma que o Governo prepara
e que permite conceder crédito por prazo ilimitado,
o dirigente "rosa" mostra-se cáustico.
"Não é mais que uma cedência a
um anseio de especuladores imobiliários e uma burla
aos jovens", afirma. A JS já fez as contas e
chegou à conclusão que "apesar da mensalidade
diminuir, os beneficiários vão pagar durante
mais anos e, na totalidade do valor, mais dinheiro pelo
mesmo apartamento". A medida, atesta Fazendeiro, "só
será positiva se aplicada em conjunto com a reposição
da bonificação do crédito. De forma
isolada, ela representa um engodo, um rebuçado envenenado
que o Governo está a dar aos jovens e às famílias
mais carenciadas".
Mil assinaturas no Distrito
Por outro lado, o dirigente socialista admite a existência
de fraudes nos processos de bonificação
do crédito. Mas não acredita que a extinção
do incentivo seja a melhor solução. O que
é preciso, avisa, "é mais fiscalização,
que se aperte mais a malha".
A política de apoio ao arrendamento, uma das anunciadas
"bandeiras" do Governo PSD/PP, mereceu, por
sua vez, elogios do socialista. Ainda assim, conclui,
"o incentivo a uma não pode justificar a extinção
da outra".
Há várias semanas que a Juventude Socialista
está a promover, por todo o País, a recolha
de assinaturas para levar o assunto a ser discutido na
Assembleia da República (AR). O distrito de Castelo
Branco ficou-se pelas mil rubricas, mas, no total nacional,
os responsáveis do Partido esperam atingir as 100
mil até ao próximo domingo, 29. Um número
que Hélio Fazendeiro considera razoável
para que o assunto seja de novo debatido na AR e para
que os partidos no Governo expliquem o porquê do
fim do Crédito Bonificado".
|