As juntas de freguesia de São Martinho, Santa
Maria, São Pedro, Conceição, Aldeia
do Souto, Cortes do Meio, Dominguiso, Teixoso e a Câmara
da Covilhã receberam, ao todo, 250 mil euros do
Governo. A verba traduz a candidatura que as entidades
fizeram aos Protocolos de Modernização Administrativa
(PMA), os quais se inserem no âmbito da cooperação
técnica e financeira entre a Administração
Central e a Administração Local e visa promover
a qualidade e aperfeiçoamento dos serviços
públicos locais. E pela primeira vez as juntas
de freguesia foram contempladas nesta iniciativa.
São mais de 15 milhões para o apoio à
máquina autárquica que o Governo transfere
para 702 freguesias, 151 municípios, 10 associações
de municípios, 10 serviços municipalizados
e duas associações de freguesias. Modernizar
os serviços de modo a poder dar uma resposta mais
eficiente aos municípes é o principal objectivo
da celebração destes documentos, na última
sexta-feira, 12, em Lisboa.
A celebração deste protocolo significa,
para o presidente da Junta de Santa Maria, "servir
melhor a povoação da freguesia". "Com
esta verba vamos também melhorar as condições
do próprio edifício, com a implantação
e criação de uma melhor informatização
do sistema", relata António Rebordão.
E continua: "Não é tudo o que precisamos,
mas já é uma boa ajuda para podermos satisfazer
as pessoas". As quatro juntas de freguesia da cidade
(Santa Maria, Conceição, São Pedro
e São Martinho) vão partilhar 80 mil euros.
Para Carlos Pinto, esta decisão do Governo "é
muito importante porque dá um impulso fortíssimo
à modernização do País".
A medida, prossegue o autarca, "é benemérita"
porque "tem as autarquias locais como elemento estruturante".
O município da Covilhã apresentou uma candidatura
no valor de cerca de um milhão de euros, mas só
recebeu 150 mil. Verba essa "praticamente gasta em
acções, nomeadamente na criação
do Net-Autarquias". "No nosso caso, vamos já
apresentar a despesa", adianta Pinto.
Esta cerimónia é, no entender do primeiro
ministro de Portugal, "um acto que marca mais um
passo na revolução tranquila" que o
Executivo fixou para esta Legislatura: a descentralização
de poderes. "O Governo confia no Poder Local",
garante Durão Barroso, que dedicou, no seu discurso,
uma atenção especial às juntas de
freguesia, pelo facto de estas não terem, durante
muito tempo, meios para melhorar a qualidade dos serviços
prestados. O líder do Executivo salienta ainda
que a celebração destes protocolos traduzem
a "vontade de ligar o Interior ao Litoral, passar
do atraso ao desenvolvimento".
Fundão também assinou protocolo
Os projectos de 14 Juntas de freguesia do Fundão
também foram contemplados com verbas. "É
um marco histórico, um novo caminho e um novo rumo
e importância prestada às autarquias, as
quais têm sido o parente pobre da Administração
Central", advoga o presidente da Câmara fundanense.
"Andamos há duas décadas a falar de
modernização administrativa, sempre orientada
para o Poder Central", lembra Manuel Frexes. O município
do Fundão recebeu 150 mil euros, enquanto que as
14 juntas embolsaram perto de 300 mil. O dinheiro, segundo
Frexes, vai ser investido em equipamentos, novas tecnologias,
linhas de rede, interligação, modernização
e também em alguma formação e valorização
profissional. "Iremos abarcar todos os domínios
e vertentes necessárias para apostar num serviço
de melhor qualidade ao municípe", assegura
o autarca.
A cerimónia foi igualmente aproveitada para que
o presidente da Associação Nacional dos
Municípios Portugueses (ANMP) defendesse um "maior
esbatimento das assimetrias entre as várias regiões
do País". "Ninguém faz um País
moderno se não for solidário no desenvolvimento",
recorda Fernando Ruas. O presidente da ANMP, no entanto,
deixa alguns recados para quem acusa as autarquias de
gastarem mais do que aquilo que deviam: "Nós
não somos despesistas. Não pode ser quem
gasta dois por cento da dívida nacional o responsável
pela situação do País". Ruas
apela, igualmente, ao fim da fiscalização
prévia do Tribunal de Contas, que, recorde-se,
recusou, este mês, pedidos de empréstimo
a sete autarquias.
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