Por
Alexandre Silva
O
longo de uma década, e seis álbuns,
os guitarristas Jon Spencer e Judah Bauer e o
baterista Russell Simins provaram que a mistura
entre o Rock o Blues e o Punk não tem que
ser necessariamente uma amálgama de ruídos
sem sentido e que a fusão dos três
pode, até, ser charmosa, atraente, sensual.
Contudo não é o caso de Plastic
Fang. Não na sua totalidade, em todo o
caso.
O último trabalho do trio nova-iorquino
assemelha-se um pouco ao romance de Louis Stevenson
"Dr. Jeckyl and Mr. Hyde". Ora evoluído
e sofisticado como o médico, ora selvagem
e à beira do descontrolo total como o monstro.
Uma comparação muito a propósito
uma vez que toda a temática do disco, inclusive
as ilustrações de capa, aludem para
histórias de terror, lobisomens e vampiros.
É certo que à primeira audição
o ouvinte é arrebatado por aqueles ritmos
do bom velho rock n' roll, mas, aos poucos, o
caos toma o lugar das melodias e Plastic Fang
torna-se num daqueles álbuns para ouvir
de longe a longe. Principalmente para quem tem
na estante os anteriores trabalhos do colectivo
"Crypt Style" (1992), "Extra Widths"
(1994), ou "Now I Got Worry" (1996).