"Não acho nada bem como esta questão
está ser veículada para a opinião
pública. É uma ideia que não é
nova, é defendida por muitos há já
muito tempo. Assim pode matar-se uma ideia à nascença".
É assim que o presidente da Câmara Municipal
do Fundão, Manuel Frexes, classifica recentes notícias
que davam conta da intenção do autarca covilhanense,
Carlos Pinto, de constituir uma comunidade urbana entre
as cidades da Covilhã, Castelo Branco e Guarda.
Pinto disse que iria escrever aos dois autarcas das cidades
vizinhas de modo a que, em conjunto, pudessem negociar
com o Governo, no âmbito da descentralização
de poderes, a fim de poderem receber competências
que actualmente são da responsabilidade da administração
central, como no domínio do planeamento e ordenamento
do território ou ambiente. Pinto, no entanto, dizia
que outros municípios interessados poderiam participar
no processo, caso mostrassem interesse. Esta posição,
no entanto, deixa descontente Manuel Frexes que estranha
porque é que municípios como o Fundão
ou Belmonte foram esquecidos. "Não se pode
constituir uma comunidade urbana sem havre continuidade
geográfica. Estes dois concelhos são importantes
e estão a ser alvo de discriminação.
Nem o presidente da Câmara da Covilhã nem
ninguém pode decidir pelo Fundão" salienta
Frexes.
O autarca fundanense diz querer acreditar que tal posição
tenha sido assumida "por lapso", mas também
diz que o esquecimento pode ter a ver com "protagonismo
excessivo". Por isso, diz que vai enviar uma carta
aos autarcas de Guarda, Castelo Branco, Belmonte e Covilhã,
para que a ideia seja discutida. "O encontro pode
ser aqui, mas também pode ser noutro lado qualquer.
Agora, desta maneira, não contem com o Fundão".
Frexes salienta mesmo que criar uma comunidade urbana
sem o Fundão "é uma ideia ridícula",
pois "a Lei exige continuidade geográfica".
E defende mesmo um alargamento desta comunidade a outros
concelhos vizinhos, pois as vantagens ainda poderiam ser
maiores, em termos de descentralização.
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