Rui Pires
NC/ Urbi et Orbi


Rui Pinheiro caredita que aos poucos, o grupo possa evoluir

Dá pelo nome de "O Poder da Sedução" e é a peça mais recente do grupo de teatro amador de Idanha-a-Nova, baseada em "o preconceito vencido" de Marivaux. O espectáculo conta as peripécias de um enredo onde as relações pessoais são marcadas por várias cenas de sedução, ora explícitas ora implícitas. Nobres fidalgos e criados burgueses entram num jogo de seduções onde a ostentação e todo um simbolismo de poder servem de meios para atingir os fins.
A encenação está a cargo de Sandra Correia, Joana Poejo, João Filipe, Joaquim Pinto e Nuno Capelo, que dão vida a um texto peculiar caracterizado pela trama engenhosa dos sedutores natos. Uma percepção psicológica e um preciosismo na linguagem da qual Pierre Marivaux se serve nas suas comédias por vezes com fundo moralizador.
Na plateia, apesar de não ser muito numeroso, o público parece ter apreciado o que viu, reagindo aos diálogos das personagens. Esta é a segunda vez que os idanhenses tem oportunidade de assistir a "O Poder da Sedução", visto que a peça foi estreada no dia 31 de Maio deste ano, aquando do Festival de Teatro, organizado pelo ajitar e pelo Teatro Clube de Alpedrinha. Nesse dia, o CCR foi pequeno para acolher todos quantos quiseram assistir ao espectáculo.
Para já, o grupo prepara-se para participar num festival de teatro em Évora, a próxima peça deverá estar em cena no primeiro trimestre de 2003.





Problemas financeiros são principal dificuldade do grupo
 

O "ajitar-TEATRO DA RAIA", é uma formação que remonta ao ano de 1997, altura em que alguns alunos da Escola Superior de Gestão de Idanha sentiram necessidade de criar um núcleo cultural na Vila. No entanto com o decorrer do tempo, o grupo quis crescer e expandiu-se pela população local, "achou-se que seria melhor tornar o colectivo independente da Escola Superior, pensamos que assim teríamos mais apoios", diz-nos Rui Pinheiro, responsável pelo "ajitar".
Actualmente fazem parte de uma associação de jovens, a AJIDANHA, que de entre várias actividades, ocupa-se principalmente do teatro.
Como todos os grupos amadores, as principais dificuldades, são as financeiras, motivo pelo qual ainda não dispõem de um encenador a tempo inteiro. Depois há outras dificuldades, diz Rui Pinheiro, "por vezes temos falta de pessoas para representar, no ínicio aparece muita gente, mas depois alguns deles afastam-se, como aconteceu na preparação desta peça. Também gostaríamos de possuir mais material técnico do qual não dispomos, mas a pouco e pouco vamos adquirir o que necessitamos".
Apesar das dificuldades, contam com o apoio da autarquia local, do ministério da Cultura, IPJ, entre outros.
No seu currículo contam já três produções e algumas deslocações pela região, onde já tiveram oportunidade de mostrar o seu trabalho. Trabalho feito pelo amor há camisola, já que ninguém recebe qualquer remuneração, a não ser os profissionais que trabalham com o grupo.