António Fidalgo

Avaliar


Vem aí a avaliação das universidades. Nada a opor, muito pelo contrário. Tal medida deve ser saudada desde logo por razões de justiça e de transparência. Se é o erário público que financia a universidade, é direito do povo saber como é utilizado esse dinheiro na investigação e no ensino. Mas -- e há sempre um mas! -- convém que se saiba que tipo de avaliação é que aí vem. Há muitos tipos de avaliação, e isso não pode ser de modo algum ignorado. Desde
avaliações administrativas a avaliações científicas por pares, são muitas as formas de qualificar e quantificar o trabalho de uma instituição universitária.
A pergunta é, portanto, a seguinte: quais são os critérios de avaliação? A nota de entrada nos cursos dessa universidade? O número de publicações dos docentes? A taxa de sucesso escolar dentro da instituição? As condições de estudo? Os projectos de investigação a decorrer? Há certamente muitas variáveis a ter em conta. Porventura será muito mais objectivo e rigoroso
avaliar cursos do que avaliar universidades. Só a partir de uma avaliação rigorosa, e comparativa também pois então, dos cursos de uma universidade é que se poderá partir para uma avaliação fundamentada dessa universidade.
Como sucede em qualquer instituição verificar-se-ão pontos fortes e pontos fracos.
Do que as universidades não precisam é com certeza de avaliações
administrativas, que custam muito, dão muito trabalho, e de pouco valem. E, infelizmente, esse tem sido o tipo de avaliação levado até agora. Será até bom que surjam vários e diversos tipos de avaliação, a fim de que as universidades possam ser vistas sob diferentes perspectivas.