Castelo Branco e Guarda
não fogem à regra do resto do País.
Os casos que apresentam o Síndroma da Imunodefeciência
Adquirida, mais conhecida por SIDA, atingem especialmente
os homens com idades compreendidas entre os 20 e os 39 anos.
Os toxicodependentes com o Vírus da Imunodeficiência
Humana (VIH) são os que atingem maior percentagem
a nível nacional. Nos dois distritos da Beira Interior
os casos de heterossexuais têm vindo a aumentar gradualmente,
chegando mesmo a ultrapassar o número de casos de
infecções em toxicodependentes. Para contrariar
a tendência até agora apresentada, os homossexuais
e bissexuais são o grupo de risco que menos percentagem
de casos apresenta.
Actualmente no distrito de Castelo Branco já houve
56 notificações de SIDA entre 1983 e 2002.
Quanto ao número de mortes, em igual período,
anda na ordem dos 37 Na Guarda, as notificações
são 39 e o número de mortes atinge os 19.
Estes dados constam do Relatório "A situação
em Portugal a 30 de Junho de 2002" do Centro de Vigilância
Epidemiológica das Doenças Transmissíveis
no Instituto Nacional de Saúde de Lisboa.
Em Portugal encontram-se notificados 20526 casos de infecção
com o VIH , o que não quer dizer que sejam casos
de SIDA. Destes casos, 51 por cento são toxicodependentes,
30 por cento são heterossexuais e 12 por cento são
homossexuais masculinos. Desde 1999 que se observa notificações
de casos de SIDA com maior frequência em grupos etários
superiores, dos 45 aos 54 anos.
Até agora já morreram 20 milhões de
pessoas no mundo, há 10 milhões doentes e
40 milhões estão infectadas com o VIH, o vírus
que causa a SIDA.
A tuberculose e outras doenças infecciosas oportunistas
são as doenças que mais atingem os doentes
com SIDA. É através da manifestação
destas doenças que muitos descobrem que o VIH já
lhes entrou no sistema imunitário. Os testes de detecção
continuam a ser muito pouco procurados.
O Vírus da Imunodeficiência Humana conseguiu
quebrar barreiras culturais e internacionais. É uma
infecção transnacional e transcultural. A
SIDA atinge todos e não está só na
"porta ao lado", desde a baixa à alta sociedade,
dos mais novos aos mais velhos, a doença do século
lavra todos os que se inserirem num grupo de risco.
83 mil seringas trocadas no distrito
Os toxicodependentes utilizadores de drogas injectáveis
são o grupo que mais risco corre. Nas cadeias,
geralmente não há possibilidade para a troca
de seringas, mas os próprios prisioneiros dizem
que a droga por lá circula. É nestes locais
que a prevenção poderia actuar de forma
mais eficaz. O programa "Diz não às
seringas em segunda mão" foi também
implantado nalguns estabelecimentos prisionais e registou-se
uma diminuição de 638 nos casos de infecções.
Este programa foi implantado em todo o País em
1993. No distrito da Guarda já foram trocadas cerca
de oito mil seringas. O concelho com mais seringas trocadas
foi Almeida, com uma percentagem de 73 por cento. 1997
foi o ano em que, nesse distrito, se trocaram mais.
No distrito de Castelo Branco os números atingem
as 83 mil seringas trocadas, sendo o concelho de Castelo
Branco aquele com maior número de trocas. A Covilhã
segue-se com cerca 10 mil seringas. Neste distrito, o
ano de 2000 foi o que registou mais trocas.
Vila de Rei e Vila Velha de Rodão nunca trocaram
nenhuma seringa.Desde o início do programa até
fins de Maio, nunca ninguém precisou de trocar
uma seringa nestas localidades.
Em Portugal, os anos que registaram mais trocas foram
2000 e 2001 e a capital, Lisboa, foi, sem dúvida,
a localidade com mais trocas, atingindo mesmo 50 por cento
das trocas no País.
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