Boom Festival
começa amanhã
Cultura psicadélica
junta milhares em Idanha
Idanha-a-Nova vai
receber a partir da próxima quarta feira, 21
o festival Boom, um evento dedicado à cultura
psicadélica. Principalmente música, mas
também cinema, artes circences e outro tipos
de arte ligada a esta forma de cultura vão ser
apreciados por milhares de pessoas de todas as idades
que se deslocam de outros pontos do País e do
estrangeiro para passar cinco dias em Idanha.
|
Por Ana Maria
Fonseca
|
|
|
Uma vista sobre o que será zona de acampamento,
junto às árvores
|
Pela primeira vez, o festival
que se realiza de dois em dois anos na Herdade da Azambuja,
terá lugar, desta feita, na Barragem de Idanha.
Pedro Carvalho, da organização, a cargo dos
Good Mood, revela porque escolheram este local. "Quando
descobrimos esta barragem, a simpatia do proprietário
e a disponibilidade da Câmara Municipal, depois de
sondarmos as autoridades no sentido de trabalharmos aqui,
mudámos para cá". A água é
um dos elementos essenciais que atraiu a organização.
São quatro dias de encontro de cultura que passa
pela música, pela arte, pelo cinema, pela gastronomia,
envolvendo uma comunidade e uma cultura específica,
neste caso, a psicadélica. Uma cultura que atrai
pessoas dos 18 aos 70 anos, garante Pedro Carvalho. "É
um meio que não se define através do escalão
etário, tem mais a ver com um plano cultural",
refere. Há também muitas crianças que
participam com as famílias no festival e, por esse
motivo, foi criado um espaço dedicado exclusivamente
a elas. Uma tenda onde contam com várias actividades
e onde podem divertir-se e brincar.
A organização espera receber entre sete e
dez mil pessoas, das quais 25 a 30 por cento serão
estrangeiros. "De alguma forma sabemos que a comunidade
internacional já conhece este festival há
muitos anos e não hesitarão em vir aqui gastar
o seu tempo e a sua energia".
Os membros da Good Mood,
responsáveis pela organização
do evento
|
"Para nós o crescimento não é
numérico, mas artístico e cultural"
|
A escolha de Idanha a Nova vem diminuir o número
habitual de participantes, o que não preocupa a
organização. "Como não estamos
tão próximo de Lisboa, as pessoas virão
porque querem mesmo cá estar e isso de certa forma
garante que as pessoas que aqui estão, fazem-no
com muita vontade", salienta Pedro Carvalho, garantindo
que objectivo que os move não é comercial.
"A motivação aqui é principalmente
cultural e artística. Compatibilizar grandes movimentos
publicitários e grandes festivais com aquilo que
nós pretendemos aqui não é possível.
O que nos importa é a qualidade do festival e o
resultado final para as pessoas que cá vierem,
para nós o crescimento não é numérico,
mas sim artístico e cultural", refere Pedro
Carvalho.
Culturalmente o festival poderia constituir um choque,
ente os participantes e a comunidade de Idanha-a-Nova
onde se insere durante estes dias. No entanto Pedro Carvalho
acredita que "é dos choques que se constitui
uma aldeia global. Nós vivemos como vivemos, acreditamos
na nossa realidade, estamos aqui para a celebrar",
sublinha.
Também Álvaro Rocha, presidente da Câmara
Municipal de Idanha, que tem apoiado o festival em termos
logísticos, apela a toda a população
que aceite "as pessoas com os seus hábitos,
precisamos de muitas pessoas no nosso concelho e certamente
que precisaremos delas no futuro. O nosso apoio e disponibilidade
são totais para que o festival seja um êxito",
garante.
Álvaro Rocha, mostra-se satisfeito por receber
milhares de pessoas. "Os nossos objectivos passam
pela divulgação do concelho e penso que
esta foi uma grande aposta", refere.
Também a nível de segurança tudo
foi precavido e estará assegurado. Além
de uma força policial mais do que a necessária
para este tipo de evento, enfermeiros, nadadores salvadores,
mergulhadores e socorristas, apoiados por dois barcos
e uma ambulância estarão a postos para atender
a qualquer situação de emergência,
no posto médico instalado numa tenda no local ou,
em caso de necessidade, no posto médico de Idanha.
380 pessoas trabalham neste momento para garantir que
tudo esteja a postos para que o festival arranque na próxima
quarta feira.
|
O
que se pode ver, ouvir e fazer
|
"Toda
a parte artística do festival é novidade
e evolução", assegura Diogo Ruivo,
também da Good Mood, responsável pela
programação artística dos vários
espaços que compõem o festival.
Desde o recinto principal onde se poderá dançar
transe psicadélico até ao chill out,
muita coisa há para ouvir e fazer de 21 a 24
de Agosto no Boom.
O visual é um aspecto sempre muito cuidado
neste festival e em 2002 não será excepção.
Quatro equipas diferentes, vindas de países
como Inglaterra, Alemanha, Israel e França
têm a seu cargo a decoração e
animação visual multimédia de
cada uma das noites.
Para a área principal, uma enorme pista de
dança, foram convidados músicos e DJ's
"que consideramos os melhores em cada área
dentro da nossa cultura específica", explica
Diogo Ruivo, acrescentando que conseguiram "criar
um bom equilíbrio entre artistas ainda não
muito conhecidos, nacionais e internacionais, e artistas
de grande renome, todos os dias".
No espaço "chill out" estarão
"dois dos maiores artistas do mundo" na
área da "música ambiente moderna",
uma mistura de sons étnicos com música
electrónica.
A "Journey" é outro espaço
diferente onde todas as noites passará música
electrónica alternativa à pista principal,
que passa peloo "Drum n' bass", "House",
"Bossa nova" e "Electro".
As artes circenses também marcarão presença
com actuações de três grupos,
um português, um alemão e um inglês.
Numa outra tenda dedicada ao teatro e ao cinema haverá
convenções durante a tarde e exibições
de cinema ligado à cultura psicadélica
a partir das 22 horas.
|
|
|
|