Cerca de 30 manifestantes disseram não às portagens na Auto-estrada da Beira Interior
Comissão de utentes diz não às portagens
Interior mais próximo

33 quilómetros entre Belmonte e Guarda são mais um passo para que o Interior se aproxime do Litoral. O troço foi inaugurado pelo secretário de Estado das Obras Públicas, Vieira de Castro, que não se pronunciou sobre pagamento de portagens, nem perante as dezenas de manifestantes que ali se juntaram.

Por Ana Maria Fonseca


José Luís Vieira de Castro, secretário de Estado das Obras Públicas foi recebido em Caria, na manhã do passado sábado, por algumas dezenas de manifestantes.
"Portagem é um travão, o Interior diz não", "Escuta Durão, portagens não", "O Interior já pagou o suficiente" ou "A interioridade é a nossa portagem" foram as palavras de ordem da Comissão de Utentes da Auto-estrada da Beira Interior (CUABI) presentes nos cartazes que os acompanharam durante toda a manhã, na cerimónia que marcou a inauguração do troço Belmonte-Guarda da Auto-Estrada da Beira Interior.
Um lanço de 33 quilómetros, que liga Belmonte à Guarda passa sobre nove pontes e viadutos e dois túneis, explicou Matos Viegas, Administrador Delegado da Scutvias, sublinhando que a obra foi inaugurada um mês antes da data contratual.
A "estrada da solidariedade e da coesão nacional", como lhe chamou Pedro Serra, presidente do Instituto de Estradas de Portugal, a "segunda espinha dorsal das nossas comunicações rodoviárias" não é a via do entendimento.
Além dos manifestantes que acompanharam a cerimónia, várias pessoas apareceram ao longo da via reclamando falta de condições. Expropriações que ainda não foram pagas aos proprietários e estradas municipais danificadas são alguns dos problemas para que o secretário de Estado das Obras Públicas, José Luís Vieira, prometeu solução. Quanto às portagens, o secretário de Estado não se pronunciou, levando apenas consigo alguma documentação entregue por um representante da CUABI com quem conversou depois da cerimónia.
Sobre os nós de acesso da Auto-Estrada à Covilhã, Vieira de Castro garantiu apenas que ainda não há uma decisão tomada quanto a esse aspecto, uma vez que ainda está a ser analisado.
Agora já só faltam 66 quilómetros para a conclusão desta via que se prevê estar completa no quarto trimestre de 2003.
Para a presidente da Câmara da Guarda, Maria do Carmo Borges, a filosofia desta estrada é "aproximar e não afastar as pessoas". Com portagens, esta via "deixaria de ser a da solidariedade", por isso acredita que o Governo vai repensar este assunto.
Este foi "um dia grande para a Guarda em que se deu mais um passo para a concretização da Auto-Estrada Guarda-Lisboa", referiu, concluindo que a Guarda fica a ganhar porque por ela passam duas das vias mais importantes que rasgam o País, a IP5 e o IP2.