José Luís Vieira de Castro, secretário
de Estado das Obras Públicas foi recebido em Caria,
na manhã do passado sábado, por algumas
dezenas de manifestantes.
"Portagem é um travão, o Interior diz
não", "Escuta Durão, portagens
não", "O Interior já pagou o suficiente"
ou "A interioridade é a nossa portagem"
foram as palavras de ordem da Comissão de Utentes
da Auto-estrada da Beira Interior (CUABI) presentes nos
cartazes que os acompanharam durante toda a manhã,
na cerimónia que marcou a inauguração
do troço Belmonte-Guarda da Auto-Estrada da Beira
Interior.
Um lanço de 33 quilómetros, que liga Belmonte
à Guarda passa sobre nove pontes e viadutos e dois
túneis, explicou Matos Viegas, Administrador Delegado
da Scutvias, sublinhando que a obra foi inaugurada um
mês antes da data contratual.
A "estrada da solidariedade e da coesão nacional",
como lhe chamou Pedro Serra, presidente do Instituto de
Estradas de Portugal, a "segunda espinha dorsal das
nossas comunicações rodoviárias"
não é a via do entendimento.
Além dos manifestantes que acompanharam a cerimónia,
várias pessoas apareceram ao longo da via reclamando
falta de condições. Expropriações
que ainda não foram pagas aos proprietários
e estradas municipais danificadas são alguns dos
problemas para que o secretário de Estado das Obras
Públicas, José Luís Vieira, prometeu
solução. Quanto às portagens, o secretário
de Estado não se pronunciou, levando apenas consigo
alguma documentação entregue por um representante
da CUABI com quem conversou depois da cerimónia.
Sobre os nós de acesso da Auto-Estrada à
Covilhã, Vieira de Castro garantiu apenas que ainda
não há uma decisão tomada quanto
a esse aspecto, uma vez que ainda está a ser analisado.
Agora já só faltam 66 quilómetros
para a conclusão desta via que se prevê estar
completa no quarto trimestre de 2003.
Para a presidente da Câmara da Guarda, Maria do
Carmo Borges, a filosofia desta estrada é "aproximar
e não afastar as pessoas". Com portagens,
esta via "deixaria de ser a da solidariedade",
por isso acredita que o Governo vai repensar este assunto.
Este foi "um dia grande para a Guarda em que se deu
mais um passo para a concretização da Auto-Estrada
Guarda-Lisboa", referiu, concluindo que a Guarda
fica a ganhar porque por ela passam duas das vias mais
importantes que rasgam o País, a IP5 e o IP2.
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