Os pontos fortes da UBI
Tiago Neves Sequeira
Na última edição deste jornal, António
Fidalgo, director do Urbi et Orbi e Professor da Universidade
da Beira Interior, indignava-se com a não abertura
de vagas, por parte do Ministro da Ciência e do
Ensino Superior, para a licenciatura em Cinema criada
por esta Universidade.
Associo-me ao Professor Fidalgo e revejo-me
no protesto emanado do Senado da UBI. Considero também
que a licenciatura em Cinema é estratégica
para a Universidade e que o adiamento da sua abertura
não seguiu critérios de equidade entre instituições.
De facto, a Faculdade de Artes e Letras, apesar de recente,
deu já provas que é uma Escola que antecipa
o futuro, conciliando as letras com uma área forte
de audiovisual e comunicação.
Contudo, as poucas linhas do referido
artigo não enumeram outros pontos fortes da UBI,
que não se enquadram na Faculdade de Artes e Letras.
Primeiro, será útil definir
o que se entende por pontos fortes. De acordo com a opinião
do Professor Fidalgo, a qual partilho, ponto forte é
aquilo a que os economistas chamam vantagem comparativa:
toda a actividade que um país, empresa ou instituição
desempenha melhor que o conjunto das suas concorrentes.
Isto, obviamente, exclui tudo aquilo que uma instituição
faz bem, mas não claramente melhor que as outras.
Assim, penso serem de referir que existem
três claros pontos fortes da UBI, que não
foram apontados (deixo em aberto que todos os cursos ou
centros tenham vantagens específicas que não
conheço):
(1) FCS - Licenciatura em Medicina. Os moldes em que arrancou
a Faculdade de Ciências da Saúde e a licenciatura
em Medicina são completamente inovadores em Portugal.
O projecto da Universidade da Beira Interior foi aliás
seguido pela outra nova escola de Medicina. Métodos
inovadores de educação médica implementam-se,
pela primeira vez em Portugal, nesta instituição.
(2) Faculdade de Engenharia/ Faculdade de Ciências
Exactas - A UBI é conhecida por instalações
laboratoriais ímpares no nosso país e pela
elevada componente prática dos cursos de licenciatura
e mestrado nestas áreas. Não podemos esquecer
que é nestas faculdades que a investigação
científica é mais reconhecida internacionalmente,
bastando para isso, contar o número de papers publicados,
em revistas com referees independentes, pelos docentes
dos departamentos de Papel, Matemática, Aeronáutica
ou Química, não esquecendo que as unidades
de investigação classificadas por técnicos
ao serviço da FCT com MUITO BOM ou EXCELENTE estão
exactamente nestas faculdades.
(3) Departamento de Gestão e Economia - implementa
pela primeira vez, no interior do país, o conceito
de School of Business and Economics, com a valorização
de sinergias entre vários cursos na área
das ciências económicas e empresariais (economia,
gestão e marketing), lançando, além
de licenciaturas, vários mestrados, MBA's e pós-graduações.
É um facto que destes
pontos fortes podem gerar-se externalidades positivas
para outros cursos ou centros (por exemplo, são
notórios os possíveis efeitos positivos
da FCS em Psicologia ou no MBA em Gestão de Unidades
de Saúde). Relembro ainda que a Universidade da
Beira Interior proporciona "a melhor qualidade de
vida para estudar e investigar" (DN, 26/03/2001).
|