Chegou ao fim um dos casos mais
mediáticos da Guarda nos últimos anos
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Processo da
"Lista Negra" chega ao fim
Raimundo absolvido
A acusação
de terrorismo na forma tentada não ficou provada
em tribunal. O ex-presidente do IPG foi absolvido, ficou
satisfeito, mas diz que a sua carreira foi desfeita.
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NC/Urbi et
Orbi
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Chegou ao fim o processo
"Lista Negra" em que João Raimundo era
o principal arguido. O Tribunal da Guarda absolveu na sexta
feira, 19, o ex-presidente do Instituto Politécnico
da Guarda, pois não considerou provada a acusação
de terrorismo na forma tentada.
No final da sessão João Raimundo disse à
Lusa que estava satisfeito, "porque acabou um pesadelo"
e acrescentou que durante o período de cerca de um
ano em que esteve preso preventivamente "injustamente",
correspondeu ao "desfazer de toda uma carreira, de
uma família, além dos custos familiares, psicológicos
e financeiros que advieram deste processo e que agora já
não têm remédio".
Recorde-se que João Raimundo e Luís Brígida
eram acusados de exercer violência física contra
um grupo de pessoas que constavam numa suposta lista, a
"Lista Negra". O antigo presidente do IPG e o
seu motorista eram acusados de terrorismo na forma tentada
contra personalidades e responsáveis de serviços
oficiais locais.
As investigações levadas a cabo pela PJ levaram
à detenção de Luís Brígida
em 26 de Outubro de 1994 e de João Raimundo em 15
de Novembro do mesmo ano, ficando ambos em prisão
preventiva. Foram libertados um ano depois, sob caução
de 10 mil contos, quando na Covilhã foi iniciado
o julgamento em Outubro de 1995. João Raimundo e
Luís Brígida acabaram por ser condenados,
respectivamente, a três e dois anos de prisão.
Posteriormente foi apresentado recurso desta sentença
para o Supremo Tribunal de Justiça, que acabou por
considerar ilícitos os meios de prova. Em 14 de Janeiro
o STJ decidiu anular todo o processo, decisão depois
confirmada pelo Tribunal Constitucional, instância
onde o Ministério Público interpôs recurso
da decisão do Supremo. O processo regressou novamente
ao Tribunal da Covilhã, que por sua vez o remeteu
para o Ministério Público da Guarda, tendo
agora chegado ao fim.
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