Por
Alexandre Silva
Poucas
bandas nos anos 90 conseguiram preservar a memória
do Glam Rock das duas décadas anteriores
tão bem como o fizeram os Our Lady Peace.
O quarteto canadiano que se iniciou nas lides
discográficas em 1995 com "Naveed",
e que dois anos depois editaria o brilhante "Clumsy",
conseguiu pegar numa das pontas que os Kiss deixaram
soltas e seguir o seu próprio caminho.
O novo milénio, porém, motivou os
OLP a enveredarem pelo experimentalismo prog-rock
com a edição do conceptual "Spiritual
Machines". A experiência, contudo,
não foi além de interessante. Com
"Gravity", o quinto álbum do
colectivo, os Lady Peace fazem uma espécie
de regresso às origens. As músicas
voltam a celebrar o glamour do rock dos anos 70
e 80, mas agora com uma inclinação
assumidamente nu-metal. Ainda assim, o grupo liderado
por Raine Maida, não exagera nem se deixa
seduzir totalmente pela corrente mais pesada do
rock actual e consegue manter a distância
necessária para não diluir uma identidade
construída ao longo de quase 10 anos.
Entre a lealdade às raízes da banda
e o desejo de enveredar pela nova cena musical,
"Gravity" é um disco simplesmente
admirável. Pena é que, na Europa,
os OLP continuem a ser olhados com indiferença
pelas distribuidoras.
[visitar
site oficial dos Our Lady Peace]