22 snowboarders de categoria mundial levaram a Gouveia cerca de 15 mil espectadores
Mundial de Snowboard em Gouveia
Marco Duarte pródigo no "regresso a casa"

Gouveia recebeu, pela primeira vez, uma etapa do Mundial de Snowboard e acabou por assistir à consagração de um atleta da casa. Marco Duarte deixou para trás nomes conceituados da modalidade a nível mundial e "brilhou" perante uma assistência de 15 mil pessoas.


Alexandre Silva
NC/Urbi et Orbi


Durante dois dias Gouveia foi a capital mundial do Snowboard. A cidade recebeu, no fim-de-semana de 13 e 14, uma etapa da Taça do Mundo da modalidade (World Pro Tour) que contou com a presença de 22 atletas, entre os quais quatro portugueses. A vitória, aliás, acabou por ser arrebatada por um snowboarder da casa: Marco Duarte, natural de Gouveia e residente na Suíça. O português bateu na final o austríaco, e campeão em título, Sanl Alibabic, e deixou pela "rampa" o holandês Jody Koenders, recordista mundial de saltos, e o alemão David Benedek, vencedor do Open dos Estados Unidos em "quarter pipe" 2002. Com o apoio de uma plateia composta por cerca de 15 mil pessoas, Marco Duarte aproveitou da melhor forma o nervosismo de Alibabic nas duas últimas descidas e, com menos erros que o austríaco, conseguiu a primeira posição.
Para além dos 15 milhares de pessoas, o evento arrastou ao Centro Hípico de Gouveia vários meios de comunicação de projecção mundial como a MTV ou a CNBC. Facto que deixa satisfeita a organização e Câmara Municipal, que apostou nesta iniciativa essencialmente para projectar o nome da cidade com fins turísticos.
Para além da competição, a festa contou com várias actividades paralelas como escalada em parede artificial e concertos musicais, a cargo dos viseenses "EU" e dos "Mind da Gap". Para João Almeida, responsável técnico da prova, "valeu a pena trazer o evento ao Interior apesar de todas as dificuldades". O organizador lembra que foram necessários cerca de 20 camiões de nitrogénio para "confeccionar" as 240 toneladas de neve, e que alguns tiveram que vir de Espanha por não haver "stock" suficiente em Portugal. A estrutura da rampa de saltos, que implicou cerca de 80 toneladas de madeira e 120 de ferro, demorou cerca de três semanas a ser preparada e foi dificultada pela inexistência de água e electricidade no recinto. Ainda assim, João Almeida mostra-se satisfeito com o resultado e não hesita em afirmar que, "no próximo ano voltaria a Gouveia caso a Câmara volte a apostar numa nova iniciativa do género".