O Plano de Pormenor para São João de Malta
foi levado a discussão pública na passada
sexta feira, 19. Devolver a circulação pedonal
aos covilhanenses é o principal aspecto do projecto
que envolve elevadores, pontes e escadas mecânicas.
Nuno Teotónio Pereira, foi o arquitecto responsável
pela remodelação da Praça do Município
e tem agora a seu cargo este novo trabalho na cidade.
"Este plano corresponde a uma enorme necessidade
que é as pessoas andarem a pé na Covilhã",
afirma.
Em causa está a requalificação da
zona envolvente ao largo de São João de
Malta, que se estende à Rua Mateus Fernandes e
à Rua do Rodrigo, envolvendo toda a encosta que
actualmente não está construída.
Perante algumas dezenas de populares que se deslocaram
ao Salão Nobre da Câmara Municipal da Covilhã,
Nuno Teotónio Pereira explicou os moldes da intervenção
para aquela área, salientando os erros que foram
feitos ao longo dos anos numa cidade que "tem sido
planeada como se fosse plana. As ruas estão a ser
emparedadas por prédios".
É contra estes erros que este Plano de Pormenor
quer agir, seguindo os mesmos princípios do programa
Polis, apesar de não estar abrangido por ele.
Devolver a circulação pedonal aos covilhanenses
é um dos principais objectivos. Para isso está
prevista a construção de um conjunto integrado
de meios mecânicos diferentes, teleféricos,
escadas mecânicas, elevadores inclinados e elevadores
verticais que permitam andar a pé pela cidade.
Estes transportes "funcionarão como um prolongamento
da rua", explica Teotónio Pereira.
Uma varanda sobre a Cova da Beira
O Largo de São João de Malta sempre foi
para a cidade "uma espécie de varanda sobre
a Cova da Beira", refere o arquitecto. Por isso,
um empreendimento que está previsto para a encosta
junto ao edifício da EDP, que terá um Centro
comercial e uma área de habitação,
funcionará como uma continuação dessa
varanda, defende.
Algumas ruas do Bairro do Rodrigo, actualmente becos,
vão ser prolongadas ao longo da colina e duas delas
vão dar à avenida 25 de Abril. Outra vai
dar à escola Campos Melo, fazendo aí um
largo para estacionamento e também uma zona ajardinada.
Os elevadores nascem em dois pontos diferentes da cidade.
Um começa na zona do Rodrigo e prolonga-se até
ao futuro Centro Comercial do Largo de são João
de Malta e o outro começa junto ao ramal da Estação,
na Rua Mateus Fernandes, prolongando-se até meia
encosta. Daqui sairá outro que levará os
passageiros até à base do edifício
da EDP. "Como a altura é muito grande, dividimos
em dois elevadores", explica.
Para o edifício da Garagem de São João
está também prevista a construção
de um Centro Comercial, com o aumento de um andar recuado
no edifício.
A concretizar, este estudo prévio obriga a algumas
demolições "de casas pequenas, já
muito antigas e em mau estado de conservação",
assegura Teotónio Pereira, estando, no entanto
assegurado o realojamento das pessoas que as habitam.
Depois da apreciação do projecto pelos serviços
da Câmara Municipal da Covilhã, falta agora
uma confirmação por parte do Ministério
do Ambiente para então se avançar com o
projecto definitivo.
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