A maior parte das escolas do distrito não tem
refeitório e têm pouco espaço para
ocupação dos tempos livres. É esta
a conclusão do Sindicato de Professores da Região
Centro (SPRC), que apresentou na escola EB1 nº 3,
na passada terça-feira, 9, um estudo sobre a resposta
social para as crianças do 1º Ciclo do Ensino
Básico. As conclusões do estudo apontam
para números preocupantes e nesta escola do Fundão,
por exmplo, há 222 alunos, cerca de 11 turmas,
mas não há respostas para as refeições,
nem para os tempos livres que estes alunos dispõem.
Do estudo feito no concelho da Covilhã, 28 escolas
das 45 existentes, responderam ao inquérito. Dessas
28 escolas, 13 não têm ocupação
de tempos livres e somente uma tem refeitório.
Helena Arcanjo, Coordenadora Regional do 1º Ciclo,
afirma que "o Governo sempre deixou a responsabilidade
sobre esta matéria entregue aos pais". E vai
mais longe: "As famílias que não têm
recursos deixam os filhos fora de casa. O Estado está
a assumir esta discriminação sobre as crianças".
Mas nem só do Estado o SPRC se queixa. Segundo
este sindicato, as autarquias também têm
responsabilidades.
Francisco Almeida, Coordenador Nacional do 1º Ciclo
da FENPROF, salienta que "algumas Câmaras preferem
gastar parte do seu orçamento com os clubes de
futebol, do que financiar o almoço das crianças".
E continua: "Todos se esquecem das crianças
e das famílias".
No distrito de Castelo Branco, apenas sete escolas contam
com a colaboração da autarquia. Quatro escolas
da Covilhã, duas no Fundão e uma em Castelo
Branco têm o apoio das Câmaras Municipais.
No caso da Covilhã, em duas escolas é a
Camâra Municipal que fornece o serviço de
animação social para a ocupação
de tempos livres. Nas restantes escolas do concelho que
responderam ao inquérito, a animação
é feita por pessoal não qualificado. Segundo
Francisco Almeida, "o 1º Ciclo é o único
escalão de ensino onde não há serviço
de refeições, donde se conclui", ironiza,
"que as crianças não têm estômago".
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