O Plano do Parque Nacional deveria estar pronto em Novembro de 2000
Parque Natural da Serra da Estrela sem militares a vigiar floresta
Plano de Ordenamento por fazer

O Parque Natural da Serra da Estrela é uma das dez reservas naturais que voltou a falhar prazos para o seu Plano de Ordenamento. E nesta época de incêndios, por limitações orçamentais, não vai haver militares a vigiar a Serra.


João Alves
NC/Urbi et Orbi


Expirou, no mês passado, segundo o jornal Público, o prazo que o Governo tinha para eleborar os planos de ordenamento de algumas áreas protegidas. E existem dez áreas naturais que já deveriam ter planos, entre as quais se situa o Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE). Mas também a Reserva da Malcata já deveria ter o plano elaborado em Maio de 2002, o que acabou por não acontecer.
Recorde-se que o primeiro prazo estipulado para que o Plano estivesse pronto era Novembro de 2000. Depois, sucessivos atrasos levavam o director do PNSE, Fernando Matos, a apontar para o primeiro semestre de 2002 para que tudo estivesse pronto. E adiantava (ver NC de 4 de Janeiro) que a revisão do Plano poderia vir a incluir o Sarzedo, no concelho da Covilhã, no PNSE. Com este plano pretendia-se uma redefinição de limites e tornar o plano adequado às actuais necessidades, pois limitava algumas freguesias e esquecia a preservação de determinados ecossistemas.
Mas há outras novidades negativas para o PNSE. É que não irá receber o patrulhamento, nesta época de incêndios, de militares disponibilizados pelo Ministério da Defesa. Incluídos nesta ajuda estão os parques do Douro Internacional e Serra da Malcata. A Serra da Estrela fica de fora porque, segundo Fernando Matos, já montou o seu plano de vigilância e recusou a proposta por falta de verbas. "Não conseguimos disponibilizar mais verbas que eram inerentes ao apoio dos carros dos militares. Por outro lado, também nos faltavam meios logísticos, ou seja, pessoas para acompanhar os homens nas suas viaturas. Não pudemos assumir essa ajuda" explica Fernando Matos.
O PNSE abrange 12 concelhos, uma área total de 111 mil hectares. Este ano serão mantidos o mesmo número de vigilantes e brigadas, e no terreno estarão cerca de 26 homens divididos em seis veículos todo-o-terreno. Para além disso, o PNSE conta com o apoio de várias brigadas de sapadores florestais.



Covilhã fora do Agris



Ainda no que toca à floresta, na Beira Interior, o concelho da Covilhã foi o único que não se candidatou ao Programa Agris, nomeadamente à medida que prevê a abertura e reparação de caminhos florestais, cosntrução e melhoramento de pontos de água e plantação de árvores que ajudem a prevenir incêndios. O dado é avançado pelo Coordenador da Comissão Especializada de Fogos Florestais (CNEFF), na Região Centro, António Gravato, que acusa a autarquia covilhanense de ter faltado a uma reunião para discutir o projecto.
Houve 22 municípios que apresentaram a intenção de aderir a esta iniciativa, com intenções de investimento que totalizam mais de metade dos 20 milhões de euros disponíveis para os sete distritos da Região Centro.