Jean Paul Feldbush, o responsável
pela empresa
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Empresa belga
quer investrir em Idanha-a-Nova
Fábrica de transformação
de alecrim pode empregar 150 pessoas
O projecto, avaliado
em 20 milhões de euros, pode dar trabalho a 150
pessoas, num concelho onde a cultura do tabaco está
em crise. Porém, a instalação da
unidade fabril está dependente de estudos ainda
a realizar e da captação de clientes.
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Céu Lourenço
NC/Urbi et Orbi
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Uma fábrica de
transformação de alecrim belga pode vir a
instalar-se no concelho de Idanha-a-Nova. A Soficatra S.A.,
sediada em Bruxelas, está interessada neste projecto
industrial que, a concretizar-se no tempo previsto de três
anos, obrigaria a um investimento de 20 milhões de
euros (quatro milhões de contos) e criava 150 postos
de trabalho directos e um número indeterminado de
indirectos. Destinada a produzir anti-oxidantes naturais
não cancerígenos para a indústria alimentar
e óleos essenciais para perfumes e cosmética,
a produção poderá atingir uma média
diária de 32 toneladas. Para a concretização
deste projecto, o qual víria minorar a crise existente
na cultura do tabaco, a empresa belga esteve representada
numa reunião, na sexta-feira, 29, na Biblioteca Municipal
de Idanha-a-Nova, onde também estiveram presentes
autarquias, empresas e agricultores.
Jean Paul Feldbush, responsável pela empresa, afirma
que, quanto à instalação de uma unidade
industrial no concelho, "tudo vai depender dos estudos
que ainda estão a ser feitos e o tipo de hipóteses
que poderão interessar às pessoas envolvidas"
e avança que uma destas hipóteses pode passar
pela existência de uma patente. "A nossa posição
é de uma economia social ligada ao crescimento rural,
daí um projecto integrado para que possa corresponder
a um factor de desenvolvimento local", defende o empresário
belga que aponta o exemplo de França e Espanha "onde
há muitos agricultores que se dedicam à produção
do alecrim, com uma intensidade industrial suficiente, colocando-os
no mercado a preços convidativos".
Numa primeira fase, segundo Jean Paul Feldbush, terá
que ser elaborado um estudo de mercado, bem como contactos
directos com eventuais clientes dos produtos, começando
a nível regional. Para João Carlos Moura Bordado,
do Instituto Superior Técnico e orientador do estudo,
"do ponto de vista industrial, o projecto tem viabilidade,
faltando realizar alguns estudos da área agronómica
para confirmar que os valores a serem pagos pela faceta
industrial compensam o agricultor e que são suficientes
para cobrir todos custos da actividade". Já
em relação ao mercado dos produtos finais,
quer dos anti-oxidantes, quer dos óleos essenciais,
João Bordado defende que tem que ser internacional
"dada que a maior parte da produção de
perfumes está sediada em Espanha e França".
Questionado se o alecrim pode ser uma alternativa à
cultura do tabaco, o orientador do projecto responde com
alguma cautela: "O facto de o alecrim ser expontâneo
significa que se pode dar muito bem nesta zona, não
sendo necessário um grande esforço para que
esta cultura progrida, no entanto têm que ser apurados
os custos, se precisa de ser regado ou não, quantos
pés por hectare".
Satisfeito pela possibilidade deste investimento estava
o presidente da autarquia idanhense, Álvaro Rocha,
que sublinha a importância do projecto para o concelho,
que numa primeira fase, está prevista uma experiência
piloto, com um investimento que ronda os 600 mil euros.
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