A música foi uma componente essencial da peça
"O Clérigo da Beira"
Um clássico cheio de humor

A partir do texto integral de Gil Vicente, o Teatro das Beiras apresentou uma peça onde desfilaram várias personagens ao som de um arranjo musical muito próprio.


Por Catarina Rodrigues



"O Clérigo da Beira" de Gil Vicente foi a última peça apresentada pelo Teatro das Beiras (TB). Mais uma reprodução de um texto clássico que esteve em cena entre 22 de Junho e 6 de Julho na sede do grupo.
A peça surgiu integrada nas comemorações dos 500 anos após a primeira representação de um texto vicentino.
Com encenação de Gil Salgueiro Nave, " O Clérigo da Beira" sublinhava o humor. Num cenário simples e multifacetado desdobravam-se personagens que pela sua comicidade agarraram o espectador. Entre a história do Clérigo e do seu filho, surge o jovem Gonçalo enganado pelos fidalgos. O negro Furunando destacou-se das demais personagens pela pronúncia e levou o público ao rubro em todas as sessões. A chegada da velha acompanhada por Cecília da Beira possuída pelo espírito de Pedre'anes e adivinhadora de futuros anuncia o fim da peça que encontrou na música uma componente fundamental.
O elenco foi constituído por Alexandre Barata, Ana Ademar, Maria Marrafa, Rogério Bruno, Luís Santiago, Hugo Caroça e Ana Filipa Trindade.
"O Clérigo da Beira" foi a 49º apresentação da companhia Teatro das Beiras. A estreia nacional a 8 de Junho teve lugar em Guimarães no encerramento da mostra de Teatro Profissional dos Festivais de Gil Vicente. Só depois fez as delícias dos apreciadores de teatro na Covilhã.