Uma imensa moldura humana
invadiu, no dia 9, o Largo da Praça, na vila do Paul,
para assistir e participar activamente num genuíno
espectáculo musical. A Casa do Povo, em parceria
com o Projecto Rumos, chamou a si a responsabilidade de
reeditar o II Encontro -"0s Sons da Terra", que
já o ano passado obteve um assinalável êxito.
A iniciativa contou com a presença de Galandum Galandaina,
Abitureiras de Ribatejo, Grupo de Harmónios de Portalegre,
Bombos da Erada e do Ourondo e ainda o Rancho e Bombos da
Casa do Povo do Paul. Sem menosprezar o valor de cada um
dos participantes, o Galandum Galandaina destacou-se pela
sua particular sonoridade, resultante de um trabalho desenvolvido
em prol da tradição, música , dialecto
e cultura do nordeste transmontano.
Depois de serem recebidos, pelas 16 horas, na Casa Típica,
os grupos desfilaram pelas ruas até ao Largo da Praça.
Já o sol começava a declinar quando os protagonistas
do dia começaram as suas actuações.
Um momento, de certo aguardado com expectativa face à
diversidade e qualidade dos grupos em presença. Cada
grupo teve direito a uma curta intervenção
para, no final de todas actuações, acontecer
o apogeu, com o simultâneo dos grupos de bombos, muito
bem acompanhados pelos restantes participantes, dando ainda
maior brilho à festa popular que nesta altura envolvia
todos os presentes na "sala de visitas" da vila.
De facto, a sonoridade produzida por dezenas de bombos,
pífaros, adufes, gaita de foles, a tocarem em conjunto,
é uma sensação indiscritível
e seguramente "contagiante", tal como afiançaram
muitos elementos dos grupos e populares que reviveram as
emoções do edição transata dos
Sons da Terra.
Depois das actuações, já ao cair da
noite, o jantar convívio encerrou da melhor maneira
com boa disposição e muita musica. E ficou
provado que a iniciativa ganha cada vez mais adeptos.
Para a presidente da Casa do Povo de Paul, Leonor Narciso,
" tratou-se de um encontro que foi mais um contributo
importante para a afirmação da cultura popular
da nossa terra. Este ano trouxemos até ao Paul grupos
com outra musicalidade, que vieram enriquecer ainda mais
o evento". E acrescenta que "esta iniciativa marcou
a diferença na defesa dos nossos valores e referências
culturais, provando de forma inequívoca que a Casa
do Povo assume por inteiro a condição incontestável
de embaixatriz cultural do Paul ".
Quanto ao porta voz do Galandum Galandaina, Paulo Preto,
considera que " aquilo que o meu grupo teve oportunidade
de presenciar fica aquém das emoções
e da sonoridade única que estes instrumentos de percussão
conferiram à iniciativa. Para nós, foi uma
agradável surpresa, quer pela sua forma genuína
e peculiar, quer pela maneira como o publico se envolveu
com os grupos participantes".
Deputado enaltece espectáculo
Quem se encontrava "anonimamente" entre o publico,
cumprindo uma promessa feita no dia anterior aos dirigentes
da Casa do Povo, era o deputado do PSD pelo distrito de
Castelo Branco, Fernando Penha. "Quero realçar
a participação do rancho folclórico
da Casa do Povo do Paul, no Festival de Folclore de Santarém,
integrado na Feira Nacional de Agricultura, um dos maiores
e melhores que se realizam no nosso País. Tive
a oportunidade de acompanhar o grupo beirão neste
certame, pelo que tinha obrigatoriamente de fazer esta
justa referência". Sobre o Sons da Terra, Penha
considera que se trata de um encontro "magistral".
"Pesenciei um acontecimento totalmente popular e
diferente. A participação dos espectadores
deve-se realçar e a minha vinda ao Paul foi um
tempo muito bem empregue" sublinha o deputado.
Penha acredita que o apoio do Governo, à cultura
popular, terá novos mecanismos, algo reforçado
pelo facto do ministro da tutela ser o covilhanense Pedro
Roseta." É um beirão nascido na Covilhã,
julgo que tem uma sensibilidade muito grande para esta
problemática" afirma Fernando Penha.
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