Preservar documentos que se encontram em risco de perda
iminente é uma das principais funções
desempenhadas pelo Centro de Documentação/
Arquivo Histórico dos Lanifícios, uma entidade
sob a tutela do Museu de Lanifícios da UBI.
O Centro de Documentação nasceu da necessidade
de salvaguardar muitos arquivos empresariais existentes
na Covilhã. Documentos que pelos mais variados
motivos estavam em risco de se perder. Para evitar essa
situação era necessário ter instalações
adequadas, o que só foi possível em 1997,
através do projecto Arqueotex, financiado pelo
FEDER 10 e coordenado pela UBI.
Surgia assim o Arquivo Histórico dos Lanifícios
que se ergue ainda hoje num edifício cedido pela
Reitoria da UBI, instalações que, em tempos,
pertenceram à empresa têxtil "José
Paulo de Oliveira Júnior".
No Centro de Documentação é desenvolvido
um trabalho que visa a preservação de uma
parte da história da Covilhã e do sector
têxtil que tanto a caracteriza. A documentação,
bem como outros produtos de empresas que foram extintas
ou ficaram desactivadas, têm uma grande carga de
informações preciosas. Do Arquivo Histórico
fazem parte documentos provenientes de empresas públicas,
privadas, instituições nacionais e até
organismos locais. Segundo Elisa Pinheiro, directora do
Museu de Lanifícios da UBI, "existem no Centro
documentos e exemplares únicos que devem ser preservados".
O trabalho realizado no Arquivo Histórico não
se reduz à recolha da documentação
sobre a temática dos lanifícios. Há
todo um conjunto de etapas a seguir. O tratamento e organização
dos documentos, que muitas vezes chegam em péssimo
estado é fundamental. A conservação
segundo os critérios de segurança e o tratamento
de dados são também passos importantes seguidos
com todo o rigor. A directora do Museu confessa que "existem
ainda toneladas de documentos a tratar".
Futuras instalações
do Centro de Documentação
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O Arquivo Histórico não está, até
ao momento, aberto ao público em geral. Elisa Pinheiro
considera que "isso só será possível
quando a documentação estiver catalogada
e inventariada". Esta situação irá
alterar-se com a mudança do Centro para as novas
instalações. O edifício onde funciona
actualmente não consegue responder às cargas
de documentação recebidas e o trabalho não
pode ser realizado nas melhores condições.
O actual edifício encontra-se em vias de classificação
e não pode ter intervenções que o
adulterem. Face a estes motivos, o Reitor decidiu que
o Centro de Documentação irá ocupar
instalações criadas de raiz no edifício
da "Real Mendes Veiga", uma antiga fábrica
localizada junto à Ribeira da Goldra. Segundo a
directora do Museu "considerou-se conveniente alojar
o Centro de Documentação nesse novo espaço".
As obras já começaram. Foram feitas várias
alterações de projecto mas, os trabalhos
continuam e a data de conclusão está prevista
para dentro de um ano.
Elisa Pinheiro garante que "está projectada
uma belíssima sala de acesso ao público
no sítio mais bonito do Museu pois é importante
que os investigadores e visitantes se sintam bem e disponham
das melhores condições de trabalho".
Atrair o público é um dos principais objectivos
da mudança para as novas instalações.
Actualmente, os destinatários primordiais do Centro
de Documentação são investigadores
de várias áreas de conhecimento, museólogos,
estilistas de moda, empresários e técnicos
têxteis. Todo um conjunto de pessoas que pelos mais
diversos motivos contribui para que as finalidades do
Museu possam ser cumpridas.
A existência do Arquivo histórico foi uma
mais valia para o curso de Design Têxtil e do Vestuário
da UBI. Os interessados podem encontrar neste Centro documentos
e material que pode ser estudado, analisado e trabalhado.
Uma esperança para o sector têxtil
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Actuais instalações do Centro de Documentação
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Uma das finalidades do Centro de Documentação
é apoiar a indústria de lanifícios
através da disponibilização dos conhecimentos
e da informação técnica adquiridos
ao longo da história. Numa época em que
o sector têxtil atravessa uma situação
difícil, um dos objectivos do Centro é precisamente
apontar uma linha de desenvolvimento para os lanifícios.
Segundo Elisa Pinheiro "a aposta na inovação
e na criatividade é fundamental". A directora
do Museu acrescenta que "a criatividade tem que ser
fortemente alicerçada numa memória quanto
mais ampla melhor".
O Centro de Documentação preocupa-se com
a preservação da memória dos têxteis
e disponibiliza-a à investigação
com o objectivo de "incentivar os criadores de moda
a criar" refere Elisa Pinheiro. Justifica-se assim,
todo o apoio que a base de dados do Arquivo Histórico
recebeu da Comunidade Europeia.
Este arquivo foi considerado de tal modo inovador que
gerou a criação de encontros de Arquivos
Empresariais. Neste momento a própria Torre do
Tombo está a dar uma atenção muito
especial aos Arquivos Empresariais, tendo presente o exemplo,
da criação que se desenvolveu na Covilhã.
O Centro de Documentação desenvolve um trabalho
que muita gente desconhece. Actualmente é composto
por cerca de 20 fundos de Arquivo em grande parte provenientes
de empresas têxteis que faliram nas décadas
de 70, 80 e 90.
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