No Centro morrem 3,8 nados-vivos em cada mil
Taxa de mortalidade infantil
Região Centro abaixo da média nacional

Na região Centro morrem menos crianças que no território nacional. São estes os dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística, que mostra ainda um decréscimo em relação à taxa registada em 2000.


João Alves
NC/Urbi et Orbi


Em 2001, ao nível regional da Nomenclatura de Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS II), a taxa de mortalidade infantil na Região Centro ficou abaixo da média nacional. De facto, em Portugal, a média situou-se nos cinco óbitos por mil nado-vivos e na Região Centro, a taxa ficou-se pelos 3,8.
Segundo os dados agora divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a nível regional o valor mais elevado da taxa de mortalidade infantil ocorreu na Região Autónoma da Madeira (8,2 por cento). Acima da média nacional encontram-se a Região Norte (5,9 por cento) e a Região Autónoma dos Açores (5,1 por cento). Nas restantes regiões, entre as quais o Centro, a incidência de mortalidade infantil situou-se abaixo da média nacional. Em Lisboa e Vale do Tejo e Algarve, ficou nos 4,3 por cento, e no Alentejo, nos 3,6.
Em relação a 2000, na maioria das regiões, verificou-se uma tendência para a diminuição da taxa de mortalidade infantil. Apenas a região Norte e Região Autónoma da Madeira contrariam essa tendência. No Norte, um aumento de 5,8 para 5,9 por cento, e na Madeira de 8,1 para 8,2 por cento. Note-se que na Região Centro, em relação a 2000, o decréscimo foi de 4,5 para 3,8 por cento. E se voltarmos a 1990, vemos que na altura, 9,4 crianças morriam entre mil. Ou seja, dessa altura para agora, o decréscimo foi enorme.
A mortalidade infantil é analisada em função de duas componentes: mortalidade neonatal, que se refere aos óbitos de crianças com menos de 28 dias de vida (associada às condições de vida, deficiências sanitárias e acidentes diversos), e a mortalidade neonatal, que se encontra associada às malformações da criança ou complicações da gravidez e do parto. Entre 1985 e 2001, essas duas taxas decresceram significativamente em Portugal. A neonatal passou de 12,1 por cento para 2,9, e a pós-neonatal de 5,7 por cento para 2,1. Na Região Centro, no mesmo período, a neonatal passou de 3,6 para 1,8 por cento, e a pós-neonatal de 2,3 para 1,8 por cento.

Taxa baixa em relação a 2000

Em Portugal, no ano transacto, segundo o INE, nasceram 112774 nados-vivos, de mães residentes em território nacional, e faleceram 567 crianças com menos de 1 ano de idade. A taxa de mortalidade infantil, referente a 2001, resultante dos mencionados acontecimentos, apresentou um valor de cinco por cento (cinco óbitos de crianças com menos de 1 ano por 1000 nados-vivos). O valor desta taxa, em 2000, foi de 5,5 por cento, o que corresponde a uma quebra, nestes dois últimos anos, de 14,3 por cento. Em 1960, por exemplo, a taxa de mortalidade infantil situava-se nos 77,5 por cento, caindo para 24,3 em 1980 e para cinco por cento em 2001, o que "revela uma evolução positiva das condições de vida em Portugal" salienta o INE. Os dados agora revelados mostram ainda que em 2001, morreram mais crianças do sexo masculino (5,7 por cento) do que do sexo feminino (4,3 por cento).
Recorde-se que em 1985, Portugal era, no contexto da União Europeia, o País que apresentava a mais elevada taxa de mortalidade infantil (17,8 por cento), enquanto a média Europeia se situava nos 9,5. Em 2000, o nosso País continuou a ter uma taxa superior à média Europeia, já que registava 5,5 por cento contra os 4,9 da UE. Mas deixou de ocupar o último lugar nos países comunitários, encontrando-se numa posição mais favorável que a Grécia, Irlanda e Reino Unido.