"O concelho do Fundão, uma das zonas mais
ricas em cultura originária, tem estado durante
largos anos sujeita a um alheamento que urge suprir. Estamos
apostados em avivar todas as vertentes culturais. Mas
tais projectos de nada valem se não recair sobre
eles uma medida foralenga". Foi assim que o autarca
fundanense, Manuel Frexes, apelou ao ministro da Cultura,
Pedro Roseta, para que efectue as diligências necessárias
no sentido de apoiar o concelho fundanense na realização
de obras culturais que Frexes considera vitais para fixar
pessoas naquela zona.
No sábado, 25, altura em que foram apresentadas
as comemorações dos 800 anos do Foral de
Castelo Novo, Frexes relembrou obras que pretende efectuar
no Fundão, tais como a criação do
Centro de Artes e Ofícios, a dignificação
do Centro Histórico da cidade, o Cine-Teatro, o
Arquivo Municipal, o Museu, e a criação
de uma biblioteca, associada a uma mediateca e a uma fonoteca.
Para além disso, o autarca apelou a uma maior aposta
no património arqueológico. Frexes espera
que o passado sábado seja um ponto de viragem e
um momento decisivo no "incremento do concelho, no
âmbito da cultura e património".
"Não prometo"
Pedro Roseta garante que o seu ministério vai
estar atento ao concelho do Fundão e considera
importantes os investimentos apontados por Frexes. "O
Fundão é um concelho que tem sido um pouco
esquecido. Com esta nova autarquia, vai ser possível
dar um novo desenvolvimento" afirma Roseta. Só
que, "Roma e Pavia não se fizeram num dia.
O Fundão também não" lembra
o ministro, que volta a referir os poucos meios que o
Governo tem para fazer face aos problemas do País.
"É bom que todos os concelhos sintam a importância
da cultura. E que saibam que as estruturas culturais são
importantes para as populações. Mas estes
casos terão que ser analisados, pois infelizmente
não podemos fazer tudo ao mesmo tempo. A prioridade
terá que ser vista com a Câmara e depende
do acesso a programas ou fundos" salienta Roseta.
Por isso, prefere não fazer promessas. "Não
prometo aquilo que não posso cumprir.
Não só por contenção orçamental,
mas também por não haver recurso humanos"
explica o ministro da Cultura
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