José Geraldes
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Não à cultura da
morte
Os ataques à vida persistem
nas mais diversas formas no nosso mundo. Desde a exaltação
do aborto à facilidade com que se aprovam leis
sobre a eutanásia sob o disfarce da morte digna,
é toda uma cultura de morte que se promove. Cultura
também manifesta na destruição do
planeta, na insegurança no trabalho, nas condições
de acesso à saúde, no uso de drogas, em
estilos de vida sem qualidade e na maneira de conduzir
nas estradas.
Lutar contra estas iniciativas é promover a vida
na dimensão de toda a sua dignidade. O ser humano
como pessoa, tem direitos consagrados que não podem
ser violados seja sob que pretexto fôr.
Daí a observação de João Paulo
II no documentoEvangelho da Vida merecer da parte dos
líderes sociais e religiosos e responsáveis
políticos um empenho responsável : "Cuidar
da vida e da vida de todos."
O cuidar da vida prende-se primeiro que tudo com o dar
à vida pessoal uma qualidade sem falsas imitações.
Imitações que desfiguram a forma de estarmos
no mundo. Aliás, quanto mais a nossa vida for exemplar,
mais temos possibilidades de pensar na vida dos outros.
Neste sentido, a atitude de valorizar a vida não
se confunde com egoísmo mas é um enriquecimento
para o desenvolvimento da comunidade.
A preocupação da saúde insere-se
nesta valorização. E, quem diz saúde,
refere uma habitação condigna, alimentação
adequada e, claro, exames médicos atempados, tempos
livres. Ou seja, "mente sã em corpo são."
Em Portugal, quantos podem ter acesso a estes direitos
básicos? Ouvem-se tantas queixas a este respeito!
E não podemos continuar a ter razões para
este rol de lamúrias. Os cuidados de saúde
bem como as políticas de educação,
são um barómetro do grau do desenvolvimento
de um povo.
A protecção do ambiente e o respeito da
natureza complementam a área da saúde. O
cuspir para o chão, o deitar lixo em qualquer lugar,
o abandonar papéis nas ruas acabam por poluir o
ambiente. E a tornar os locais inabitáveis.
O planeta pertence a todos e não é propriedade
de ninguém. Trata-se de um bem comum que a todos
incumbe proteger.
A segurança no trabalho inscreve-se na própria
lei natural. Mas quantos atropelos de empresários
desleixados lançam para a morte ou para invalidez
milhares de trabalhadores. No nosso País, a insegurança
transformou-se num pesadelo. Lembrem-se os números
de acidentes de trabalho ocorridos em obras públicas
e em prédios particulares que nos colocam no topo
da tabela entre os países da União Europeia.
E já não insistimos de novo na legião
de mortes devidas à péssima condução
na estrada por parte dos portugueses numa inconsciência
diabólica.
Referenciar este conjunto de problemas na Semana da Vida
que termina no domingo, ajuda a sensibilizar todos os
poderes instituídos e os cidadãos em ordem
a um não rotundo à cultura da morte e a
um empenhamento solidário na promoção
da cultura da vida.
Teresa de Calcutá no poema Hino à Vida deixa-nos
a mensagem: "A vida é preciosa, cuida dela.(...)
A vida é uma felicidade, merece-a. A vida é
vida, defende-a."
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