O Departamento de Comunicação e Artes da
Universidade da Beira Interior recebeu na passada sexta
feira e sábado, dias 24 e 25, as jornadas subordinadas
ao "Pensamento de Carl Schmitt". Dividida em
três mesas moderadas por docentes do Departamento,
a Sala dos Conselhos foi palco das intervenções
sempre rematadas por um debate "rico e esclarecedor",
segundo um dos intervenientes. A organização
coube à mais recente unidade de investigação
do Departamento de Comunicação e Artes,
o Instituto de Filosofia Prática (IFP), dedicado
ao estudo da filosofia moral, política, estética
e da comunicação, que tem como investigador
responsável José Manuel Santos, presidente
do Departamento. A escolha do jurista alemão e
da sua extensa obra na área da filosofia política
deve-se, para além da importância deste pensador,
à existência de três docentes a dedicar-se
actualmente a este autor, José Manuel Santos, Rui
Bertrand e António Bento.
Montserrat Herrero, da Universidade de Navarra, Alexandre
Sá, da Universidade de Coimbra e José Bragança
de Miranda, da Universidade Nova de Lisboa, bem como vários
especialistas na área da teologia foram os intervenientes.
Temas como "A doutrina política de São
Tomás de Aquino", a "Modernidade Política
e a dessubjectivização do Poder como Naufrágio
da Filosofia em Hegel, Schmitt e Derridas" e finalizando
com Bragança de Miranda a fazer uma "Crítica
das Relações entre técnica e estética
no pensamento" sobre Carl Schmitt, foram abordados
na primeira mesa que contou ainda com as apresentações
de José Augusto Mourão, da Universidade
Nova de Lisboa e Edmundo Balsemão Pires, da Universidade
de Coimbra, numa mesa moderada por António Fidalgo.
Filosofia das Jornadas é o debate
Ainda durante a tarde de sexta feira, Rui Bertrand moderou
a mesa onde José Manuel Santos apresentou "A
forma e a violência: Notas sobre as relações
do Político e do Estético em Carl Schmitt".
Monserrat Herrero López falou sobre a "Questão
da Legimitidade" e Alexandre Sá interveio
sobre "Poder e razão na génese do pensamento
Schmittiano", numa sessão que se prolongou
para além do horário previsto.
Dia 25 António Bento, docente na UBI e a preparar
doutoramento sobre Carl Schmitt, apresentou "Estado
e Técnica em Carl Schmitt e Ernst Jünger"
e Rui Bertrand Romão, "Uma leitura schmittiana
de O Novo Príncipe de Gama e Castro."
António Fidalgo, presidente do Conselho Directivo
da Faculdade de Artes e Letras afirma que, nestas jornadas,
não há "uma filosofia de congressos.
Aqui a filosofia é haver debate entre os conferencistas
e o público".
José Manuel Santos faz "um balanço
muito positivo". Na opinião do responsável
pela organização, "todas as comunicações
foram de elevado nível", comenta e adianta
que "este ano haverá mais duas jornadas".
Alexandre Sá, da Universidade de Coimbra, responsável
pela tradução de algumas obras do jurista
alemão, considerou esta iniciativa "extremamente
proveitosa". Elogiou ainda o Departamento de Comunicação
e Artes por ter um "dinamismo exemplar" na área
da filosofia. José Manuel Santos atribui este dinamismo
ao facto de a UBI ser uma universidade relativamente nova
e portanto aberta ao exterior e ao debate.
As jornadas Carl Schmitt são o segundo evento a
funcionar nestes moldes. Com comunicações
relativamente curtas, o objectivo é, acima de tudo,
promover o diálogo entre investigadores, docentes
e alunos.
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