Por Catarina Rodrigues



Memórias dos tempos vividos em África

Luís Crespo de Carvalho passou para o papel todo um conjunto de experiências que viveu no continente africano. O resultado está à vista no seu mais recente livro "Geógrafo das Sete Partidas - Memórias de África". O lançamento da publicação realizou-se na Biblioteca Central da UBI, no passado Sábado.
Trata-se de um livro que conta as aventuras e desventuras do autor. Um conjunto de peripécias vividas durante as campanhas de levantamento cartográfico e geodésico em África onde participou. Largos anos de estudo sobre a arte dos mapas geográficos e sobre as formas e dimensões da terra. Luís Carvalho contribuiu para o conhecimento mais profundo de vários países, nomeadamente de Angola.
A obra pretende transmitir várias mensagens. O autor sublinha que "o livro não é só um viver do passado". Luís Carvalho considera fundamental "comunicar aos outros ciência e tecnologia, mas sobretudo fraternidade".
"Geógrafo das Sete Partidas - Memórias de África" é uma obra que para além de revelar experiências pessoais do seu autor faz a reconstituição de factos históricos. Algumas personagens são verdadeiros protagonistas da história recente de Portugal e Angola.

Próximo livro será editado pela UBI

Na apresentação do livro estiveram presentes o reitor Santos Silva, prefaciador da obra e José Geraldes, editor do livro e director do Notícias da Covilhã.
Santos Silva considerou a obra como "um trabalho de extrema importância elaborada por alguém que permitiu conhecer o desconhecido".
Luís Crespo de Carvalho está já a preparar o seu próximo livro. Desta vez, o tema centra-se no Universo dos Lusíadas, "com uma visão muito pessoal, de quem não se limita a viver para si mas procura transmitir valores", sublinha o autor. O livro será editado pela Universidade da Beira Interior.


 




O autor no lançamento do seu mais recente livro



O homem dos sete ofícios



Luís Crespo de Carvalho é natural de Vila Fernando, no distrito da Guarda, onde nasceu em 1926. A mais recente obra do autor retrata grande parte da sua vida. Sempre muito activo, começou por ser aviador mas acabou por trocar as alturas pelos estudos da geografia terrestre.
Foi topógrafo nos Açores, oceanógrafo na Baía dos Tigres, cartógrafo em Angola e Moçambique e geodeta na Missão Geográfica de Angola. Destacou-se também como militante da acção católica e dirigente associativo. Tem diversas obras publicadas na especialidade e na área cultural. Colaborou em jornais de ideias como o "Debate", semanário lisboeta e "Província de Angola", um diário de Angola. Actualmente, diz que continuar a voar só "em sonhos".