O Partido Comunista, na Covilhã, exige a demissão
do vereador na Câmara Municipal da Covilhã,
Joaquim Matias, bem como de Domingos Beato, presidente
da Junta de Freguesia do Paul. Tal exigência vem
no seguimento de um relatório feito pela Inspecção-Geral
da Administração do Território (IGAT)
e do parecer final do Secretário de Estado da Administração
Local, sobre "ilegalidades" e "graves infracções"
ocorridas naquela freguesia. "Os documentos, com
maior detalhe o relatório do IGAT, comprovam juridicamente
que o PSD faltou ao respeito pela Lei e agiu de forma
lesiva na gestão de dinheiros públicos",
explica Jorge Fael, do Partido Comunista Português
(PCP). Estas denúncias, feitas na última
terça-feira, 21, na sede de trabalho da Covilhã,
referem-se ao período de eleições
intercalares realizadas na freguesia do Paul, em 2000.
Foi o comunista Vitor Reis Silva, antigo vereador na Câmara
da Covilhã, que fez chegar à IGAT um conjunto
de situações - pavimentação
dos arruamentos sem a prévia consulta, limpeza
de granitos e pintura da Igreja Matriz e santuário
de Nossa Senhora das Dores, onde se verificou a ausência
de deliberação do órgão executivo,
bem como a contratação de retro-escavadoras
e veículos de transporte de material, despesa considerada
ilegal, entre outras - e solicitou a intervenção
deste organismo. Entre os dias 2 e 20 de Abril do ano
passado, a Admistração do Território
enviou à Covilhã um inspector para comprovar
se realmente tinham sido cometidas as iregularidades denunciadas
por Reis Silva. "Estes documentos provam claramente
que houve um 'assalto político' à freguesia
e vêm atribuir ao vereador Matias responsabilidades
financeiras, e também a existência de ilícitos
criminais", declara o comunista. E prossegue: "Só
resta uma posição digna ao vereador Matias
e a Domingos Beato: a demissão dos cargos que exercem".
Opinião partilhada por Jorge Fael: "Estes
autarcas não reúnem as condições
éticas, políticas e morais para continuarem
nos cargos que ocupam". "E também não
isentamos de culpas e responsabilidades o próprio
presidente da autarquia, Carlos Pinto, que delegou competências
ao seu vereador", acrescenta Fael.
O relatório, agora em posse dos comunistas, foi
igualmente enviado ao Tribunal de Contas e o parecer final
indica que se dê conhecimento ao magistrado do Ministério
Público e Tribunal Administrativo de Coimbra. O
PCP aguarda "serenamente o desenvolvimento do processo"
e decisões das entidades acima mencionadas e da
Direcção Distrital de Finanças e
Caixa Geral de Aposentações.
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