A jornalista da RTP, Judite de Sousa, esteve no Paço
da Cultura da Guarda a apresentar a sua mais recente obra,
"Olá Mariana: o Poder da Pergunta", que
já vai na segunda edição. Este trabalho
é um registo sobre a comunicação,
o jornalismo e a política, "onde se cruzam
duas vozes: a da autora e da Mariana", uma personagem
imaginária.
Judite de Sousa esclarece que neste livro estão
vertidas muitas das afirmações feitas no
decorrer das grandes entrevistas que moderou na televisão
do Estado, as quais "foram momentos de grande reflexão
e densidade em termos de pensamento". Por outro lado,
"Olá Mariana: o Poder da Pergunta" constitui
uma reflexão pessoal "sobre a importância
da televisão na sociedade global da comunicação".
A jornalista especifica que a obra é feita de "
considerações soltas e sem pretensões
académicas sobre a comunicação e,
principalmente, sobre a entrevista como género
jornalístico". A profissional explica ainda
que foi sua intenção, relativamente à
política, reflectir sobre o papel da televisão
como "factor de comunicação directa,
de grande proximidade, entre os políticos e os
leitores".
Questionada sobre as entrevistas mais marcantes no decorrer
da sua actividade profissional, embora admita que algumas
deixaram "impressões muito fortes", a
jornalista afirma que "cada entrevista é uma
entrevista, cada pessoa é uma pessoa. Não
há duas situações iguais e é
impossivel estar a padronizar". A autora alerta também
que "os jornalistas não são espelhos
que se colocam diante da realidade e que a reflectem tal
e qual ela é". E continua: "Isso é
uma fantasia. Não existe objectividade informativa
mas sim honestidade. Podemos chamar-lhe neutralidade ou
imparcialidade".
"Olá Mariana: o Poder da Pergunta", de
acordo com Judite de Sousa, é um livro destinado,
sobretudo, a estudantes de jornalismo ou a quem se interesse
pela comunicação social. Quanto à
situação porque passa actualmente a televisão
estatal, a jornalista admite que "é muito
natural que a televisão pública venha a
ser sacrificada talvez para garantir a sobrevivência
dos operadores privados".
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