Cerca de 20 pessoas estiveram presentes no encontro Genesis,
que teve lugar no passado dia 9, quinta feira, para debaterem
a pena de morte e os problemas que esta levanta.
Além dos padres Jesuítas que integram o
projecto Genesis, participaram na conversa alunos e docentes
da UBI, entre outras pessoas que não estando ligadas
ao meio universitário, também se interessam
por estas questões. "Cada um traz as suas
perspectivas e experiência de vida e vamos conversando",
explica José Pires, pároco de S. Pedro e
um dos promotores deste projecto.
Começou por falar-se na questão da justiça
e só depois se passou para a pena de morte.
Qual a legitimidade de tirar a vida a alguém, ou
o que pensa um condenado à morte foram algumas
das questões lançadas pelos presentes num
debate que durou cerca de duas horas.
"A pena de morte acaba com a possibilidade de
redenção"
No final, introduziu-se a visão do Catecismo da
Igreja Católica sobre deste assunto. Segundo este,
a pena de morte legitima-se como "defesa contra os
agressores injustos" e não como ataque, numa
situação em que "é necessário
escolher entre a minha vida e a do outro", esclarece
José Pires e continua, explicando que, para o Catecismo,
a pena de morte tem três dimensões. Primeiro,
a finalidade de "fazer com que a pessoa tome consciência
de que o que fez está errado e se responsabilize
pelo seu crime". Deve também "fazer com
que o criminoso se redima". Em terceiro lugar, tem
a "função de defesa, quando não
existe nenhuma outra possibilidade de evitar que o criminoso
volte a actuar". O Catecismo reconhece, no entanto,
que hoje é quase impossível não existirem
meios que evitem essas iniciativas. Existe também
a questão de que "a pena de morte acaba com
a possibilidade de redenção". Uma noite
preenchida por diferentes perspectivas que deram aos presentes
novos elementos para analisar um tema tão polémico
como este.
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