Por Ana Maria Fonseca



Uma cena do filme "A Criança Espelho", em exibição na Covilhã, no próximo sábado

Começa na próxima sexta feira o 11º Ciclo de Cinema Europeu promovido pela delegação da Covilhã do INATEL.
O objectivo continua a ser "divulgar e promover cinematografias europeias", segundo Luís Cassapo, coordenador cultural do INTEL, de acordo "com os propósitos que temos vindo a firmar desde 1989".
Este ano haverá apenas uma ante-estreia, do filme francês "Como matei o meu pai", de Anne Fontaine, que terá lugar na Covilhã, na noite de sábado.
Com um orçamento que ronda os 15 mil euros, suportado maioritariamente pelo INATEL, com o apoio das autarquias, das distribuidoras, e da Delegação do Ministério da Cultura da Região Centro, estão em exibição 24 películas, distribuídas por quatro salas diferentes. O Cine-Centro da Covilhã acolhe uma mostra, enquanto Fundão, Idanha-a-Nova e Castelo Branco recebem outras películas, de acordo com o público de cada localidade.
"São fundamentais as parcerias que temos feito com o poder autárquico, e que nos permitem levar filmatografias a várias extensões como é o caso de Idanha-a-Nova, Fundão e Castelo Branco, embora o epicentro seja no Cine-Centro da Covilhã", comenta o coordenador cultural.

Acordar para o cinema europeu

As obras em exibição "são de muita qualidade, obras que as distribuidoras desprezaram", comenta Luís Cassapo e acrescenta, "O INATEL agarrou em todo este valor cultural e penso que esta é a forma de tornar este tipo de cinema mais visível para o público". Por isso, apela ao público que venha ao cinema, uma vez que a fraca adesão tem sido o "calcanhar de Aquiles" deste ciclo "e será sempre porque o cinema europeu não arrasta multidões", considera o coordenador cultural.
A solução deste problema está, na opinião de Luís Cassapo, num "maior empenho por parte das entidades responsáveis. É preciso mais investimento para que possamos acordar para o cinema europeu", salienta.
"O cinema não excerce só uma função de entretenimento, é muito mais do que isso", defende Joaquim Diabinho, crítico de cinema da Delegação da Covilhã do INATEL, e continua, "deve ter a mesma pujança que qualquer peça de arte, e a capacidade de mexer com o nosso interior". O crítico apela à presença do público alertando que "poderá estar em exibição o filme da vossa vida. Quem ama a vida vai ao cinema", remata.

 



Licenciatura em cinema é mais valia para a cultura regional



Estou muito satisfeito com a abertura da licenciatura em cinema na UBI, aliás, não se sabe se a próxima semana do cinema europeu não será com trabalhos dos próprios alunos", refere Luís Cassapo. Para o coordenador cultural do INATEL, a abertura desta licenciatura na UBI é uma mais valia para a cultura da região que vai "despertar formas, ideias e instituições para a sétima arte", considera.
"É nossa intenção desde já colaborar com os alunos de cinema", afirma.
"Acho curioso e extremamente importante do ponto de vista da credibilidade do ensino em Portugal que finalmente a UBI possa oferecer uma formação superior em cinema", comenta Joaquim Diabinho. Uma "responsabilidade acrescida" para as entidades que organizam este tipo de iniciativas. "Acho que a partir deste momento, deve haver uma ligação entre entidades", refere e conclui, "o cinema terá visibilidade, consoante a resposta do público estudante de um curso de cinema".