A funcionar há cerca de um mês, o jornal
Akademia oferece aos seus utilizadores inúmeras
possibilidades de informação. Um conceito
diferente que permite a qualquer pessoa, desde que registada,
enviar artigos, opiniões, sugestões, e participar
nos fóruns de discussão.
No início do projecto, que começou há
dois anos, a ideia centrava-se num jornal, assente numa
base de dados, que agruparia as informações
mais díspares sobre a universidade em Portugal
e englobaria texto, som e imagem. "Entretanto o projecto
transformou-se, e agora este jornal casa essa intenção
com uma ideia que nessa altura ninguém pensava,
que é o peer to peer", refere António
Fidalgo, mentor do projecto Akademia. Este conceito significa
que os próprios leitores participam na feitura
do jornal. Os textos estão livres de critérios
e regras jornalísticas, passando apenas por um
moderador que lê, edita e publica o texto na secção
correspondente.
Além de ser o primeiro do seu género em
termos de utilização numa universidade,
o Akademia tem como objectivo importante que qualquer
pessoa possa participar. É esta a sua característica
"mais inovadora e aliciante", refere Catarina
Moura, bolseira do projecto Akademia e uma das moderadoras.
O primeiro passo para entrar nesta nova forma de receber
e transmitir informação e/ ou opinião
é o registo no jornal. Só depois do registo
é possível enviar comentários e artigos.
"É um jornal onde qualquer pessoa pode consultar
e ver tudo, mas para o utilizar, para comentar, tem de
estar registado, mesmo que seja anonimamente.
Até agora o Akademia tem 63 utilizadores registados,
maioritariamente alunos e docentes da UBI, embora haja
também utilizadores de universidades brasileiras.
"Todos os dias entra mais alguém", refere
Catarina Moura.
Os moderadores exercem aqui a função de
escolha, edição e publicação
dos artigos que são enviados para publicação.
"A nossa função é receber os
artigos, lê-los e colocá-los on-line",
explica Ivone Ferreira, também moderadora. "Todos
os artigos são, em princípio, publicados,
desde que se adequem e que o utilizador esteja registado",
esclarece.
A partir do momento em que o utilizador se regista tem
perante si inúmeras possibilidades de utilização
deste meio. Além de poder consultar e ver tudo,
pode ainda enviar dados, notícias, comentários,
artigos, chamar a atenção para determinado
artigo ou situação e participar dos fóruns.
Pode também lançar temas para discussão.
"um novo tipo de meio
informativo, onde qualquer pessoa pode dar a sua
informação"
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Cada vez menos um jornal e cada vez mais um fórum
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"É um novo tipo de meio informativo, onde
qualquer pessoa pode dar a sua informação
que é submetida apenas aos moderadores do jornal
para ser publicada", explica António Fidalgo.
É difícil prever os caminhos que o Akademia
vai trilhar, uma vez que os utilizadores é que
definirão quer as temáticas quer a dinâmica
do jornal. "Isto é uma experiência,
por isso ainda não podemos dizer onde é
que nos vai levar", ressalva António Fidalgo.
Dos temas actualmente disponíveis, existe a vontade
de, num futuro próximo, haver focos de debate mais
especializados, para os quais haverá um moderador
próprio, especialista em cada tema.
Para Catarina Moura, este espaço é "cada
vez menos um jornal tradicional e cada vez mais um fórum".
Neste momento ainda se está a definir o carácter
dos artigos enviados, que "não são
notícias, nem comentários", refere
a moderadora.
"Uma coisa é jornalismo, outra é o
Akademia. Não há necessidade de fazer comparações",
defende. "Já há quem veja este meio
como a morte do jornalismo, mas são meios diferentes
e terão resultados diferentes", ressalva.
O que este jornal tem de diferente é a capacidade
de publicar textos que não sejam jornalísticos,
e que qualquer pessoa, desde que registada, pode enviar
ou sugerir.
Essa possibilidade de poder participar, é "o
mais interessante e aliciante", considera, e continua,
"não é preciso ser jornalista para
contar algo que está a acontecer, dar uma opinião,
lançar um tema para discussão, ou chamar
a atenção para algum artigo que se leu".
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