A Sé Catedral de Idanha-a-Velha juntou investigadores portugueses e estrangeiros
Aldeia histórica viveu fim-de-semana de animação
Álvaro Rocha quer ver turismo substituir agricultura

O presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, Álvaro Rocha, pretende que o turismo cresça e substitua a principal actividade da população, a agricultura. Já a CCRC quer que as Aldeias Históricas se tornem pólos de investigação científica.


João Alves
NC/Urbi et Orbi


O presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, Álvaro Rocha, pretende que aquele concelho raiano venha a potenciar mais o turismo e que este se transforme na principal actividade da população, substituindo assim a agricultura. Esta mesma vontade foi manifestada na sexta-feira, 3, em Idanha-a-Velha, local onde se reuniram vários investigadores, nacionais e estrangeiros, para o seminário "Idanha-a-Velha e a Antiguidade Tardia". Em análise estiveram as cidades hispânicas da antiguidade tardia, a muralha do Baixo Império de Idanha-a-Velha e a estrada de Augusta Emerita e Bracara Augusta.
Para Álvaro Rocha estes trabalhos científicos são da máxima importância para o concelho e poderão fazer com que Idanha-a-Velha se torne ainda mais conhecida. "O mais importante agora é fazer um programa de divulgação. Temos que apostar nessa política. Idanha e Monsanto têm muitas potencialidades e temos que fazer com que as pessoas, não só venham cá, mas até cá comprem casa", explica o autarca, que apela aos empresários da região para que invistam nestes locais. Apesar de saber que a substituição da agricultura pela turismo não se fará de um dia para o outro, Álvaro Rocha afirma no entanto que "é no turismo que devemos arriscar tudo".
Já para a representante da Comissão de Coordenação da Região Centro, Isabel Bora, as Aldeias Históricas começam a ganhar uma imagem importante em Portugal e já começa a haver algumas iniciativas sobre estas Aldeias, sem serem dinamizadas "por pessoas que lhes estejam directamente ligadas". Esta responsável salienta que no ano passado, entre as 10 Aldeias Históricas, nove foram alvo de acções de animação, e afirma que as potencialidades das mesmas não deverão ser utilizadas só na promoção turística, mas também na investigação científica. Isabel Bora recusa a ideia de que Castelo Novo, no concelho do Fundão, seja o "patinho feio" das Aldeias Históricas, mas afirma que a intervenção naquele local "nunca foi tão forte como nas outras, pelas circunstâncias que todos conhecemos. Não correu bem numa primeira fase, atrasou-se. Mas estou convencida que a situação vai ser ultrapassada rapidamente". Esta responsável adianta ainda que está previsto surgirem duas novas Aldeias Históricas, embora não estejam definidos os locais.
Quanto a José Luís Cristóvão, responsável pela organização do seminário, afirma que a sobrevivência destes locais passa pela consolidação de estratégias de desenvolvimento de cada uma das aldeias. E alerta para a necessidade que estes lugares têm de "sobreviver à galopante desertificação que invade a região".

Feira Raiana em Setembro

Idanha-a-Nova é palco, nos dias 19, 20, 21 e 22 de Setembro, da IX Feira Raiana- Feira de Desenvolvimento Local e Cooperação Transfronteiriça.
O objectivo fundamental desta feira, além da aproximação entre os povos, é um conhecimento amplo de produtos e actividades da zona raiana, bem como a promoção dos diferentes sectores como a promoção dos diferentes sectores como o agro-pecuário, cinegético, artesanal, comercial, industrial e cultural. Assim, farão parte da feira mostras gastronómicas e etnográficas, animação de rua, espectáculos tauromáquicos, jornadas temáticas, provas equestres e exposições permanentes.
O evento é organizado pela Câmara Municipal de Idanha-a-Nova e pela associação espanhola La Raya, com o apoio do Interreg III B e Centro de Emprego e Formação Profissional de Castelo Branco.