"A razão regula e controla as emoções.
A emoção guia o pensamento e orienta a tomada
de decisões", defende Mariluz Gomes Barata,
autora da tese A Relação Pedagógica
e o Desenvolvimento da Inteligência Emocional na
Adolescência, apresentada na UBI, no sábado,
dia 4 de Maio.
O objectivo da tese é "reflectir sobre a educação
emocional dos adolescentes no contexto da relação
pedagógica", refere Mariluz Barata, que viu
o seu trabalho aprovado por unanimidade, com a classificação
de Muito Bom.
Professora de Filosofia no ensino secundário, Mariluz
Barata situa o conceito de inteligência emocional
na relação pedagógica entre professor
e aluno. A inteligência emocional, é a "capacidade
de reconhecer os nossos sentimentos e os dos outros, de
nos motivarmos e de gerirmos bem as emoções
em nós e nas nossas relações".
Na relação pedagógica, há
uma interacção entre emoção
e razão.
"A auto-consciência, a auto-regulação,
a motivação, a empatia e as aptidões
sociais são competências emocionais comuns
a professores e alunos", explica Mariluz Barata.
Na relação pedagógica, o professor
é um "agente de desenvolvimento pessoal e
social, que interage com o aluno sem qualquer imposição".
A nova atitude do professor motiva uma resposta activa
do aluno: "O professor espera que o aluno seja interventivo,
criativo e portador de uma boa bagagem cultural".
A tese de Mariluz Barata tem por base um inquérito
a alunos do ensino secundário. O estudo empírico
formula três níveis de consciência
emocional: a consciência emocional baixa, a consciência
emocional média e a consciência emocional
elevada (ver caixa). "Ter consciência das emoções
é essencial para a interacção entre
professor e aluno", defende a docente.
Presidiu ao júri Manuel Santos Silva, professor
catedrático e Reitor da UBI. Foi arguente Manuel
Ferreira Patrício, professor catedrático
e Reitor da Universidade de Évora. Nicolau Raposo,
professor catedrático na Faculdade de Psicologia
e Ciências da Educação da Universidade
de Coimbra orientou a tese.
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