O jornalista Rúben de Carvalho
diz que há uma ligação entre a música
e a vontade do povo
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Juventude Comunista
assinala "Dia da Liberdade"
A importância da
música no 25 de Abril
Foi da importância
das canções e da sua força na luta
dos povos que se falou na sexta-feira, 26, no Teatro das
Beiras. A "aula de música" ficou a cargo
do jornalista Rúben de Carvalho.
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Carla Loureiro
NC/Urbi et Orbi
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"Grândola
Vila Morena/ Terra da Fraternidade/ O povo é quem
mais ordena/ Dentro de ti ó cidade". A "ordem"
para o início das operações do Movimento
das Forças Armadas foi transmitida através
dos emissores da Rádio Clube Português. Ao
som da música de Zeca Afonso, Portugal libertou-se
de 40 anos de regime fascista. E foi também ao som
das canções revolucionárias que o Teatro
das Beiras acolheu a visita do jornalista Rúben de
Carvalho, na última sexta-feira, 26. "A Cantiga
é uma Arma" foi o tema da conversa com que a
Organização Regional de Castelo Branco da
Juventude Comunista Portuguesa assinalou os 28 anos da "Revolução
de Abril".
"Há uma ligação constante da música
popular à vida, à manifestação
dos povos", defende Rúben de Carvalho. Portugal
não fugiu à regra e seguiu os passos de outros
países, onde a cantiga foi uma arma contra o fascismo,
ditadura e opressão. Mas com uma condição
muito particular: Portugal foi o único local do mundo
onde uma revolução começou com uma
canção. "Penso que é possivel
fazer a história dos séculos XIX e XX a partir
das canções e músicas populares",
explica Rúben de Carvalho.
Depois do 25 de Abril, a música de intervenção
assumiu um papel mais relevante, ainda que antes desta data
já existissem dezenas de cantores e músicas,
mas que eram imediatamente apreendidas pela PIDE. "O
surgimento da gravação e dos discos alteraram
tudo. O músico passa a ter uma ideia clara daquilo
que faz", esclarece o jornalista do Diário de
Notícias.
A música revelou-se um elemento essencial entre os
trabalhadores do mundo inteiro. As greves e acções
de luta eram feitas acompanhadas dela. No entanto, só
nos anos 30 é que surge um grupo que dá uma
expressão organizada ao fenómeno da música
popular ligada ao movimento operário, os Almanac
Singers, uma espécie de "animadores" das
greves, que compunham músicas para esses actos de
manifestação. A músia era uma forma
de protesto. Os The Weavers foram outros dos grupos importantes
no apoio e difusão dos ideais operários e
grevistas.
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