Colóquio sobre a globalização
e os trabalhadores
"A globalização
é violenta"
O secretário-geral
da CGTP, Carvalho da Silva, foi à sede do Académico
dos Penedos Altos falar sobre o fenómeno da globalização.
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Por Viviana Vieira
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A União de Sindicatos de Castelo Branco juntamente
com a CGTP, organizaram um colóquio sobre a globalização,
cujo o principal convidado foi o sindicalista Carvalho da
Silva. Perante uma plateia com pouco mais de duas dezenas
de pessoas, foram debatidos os efeitos negativos que a globalização
trás para a classe operária.
Carvalho da Silva, explicou que o principal problema é
que este processo tem como objectivo o lucro, que é
obtido através de manipulações sem
pensarem no trabalhador. Segundo o líder da central
sindical, o "trabalhador não passa de um instrumento".
Carvalho da Silva afirmou que este sistema capitalista acentua
cada vez mais as desigualdades sociais, o desequilibro entre
pobres e ricos, dando como exemplo o euro 2004. "Portugal
é o único país que quer construir 10
estádios novos porque são complexos de construção
civil e áreas comerciais, e a mão de obra
é barata, obtendo-se assim um maior lucro".
Questionado sobre a crise económica que o governo
afirma existir, Carvalho da Silva afirmou que "não
há crise, mas há graves problemas estruturais
no país", que, na sua opinião, são
a "destruição do aparelho produtivo,
a desvalorização do trabalho, e o sistema
fiscal mais injusto de todos os países da União
Europeia".
Durante o colóquio, inserido nas comemorações
do 1.ºde Maio, ficou patente que os sindicalistas não
defendem a globalização, afirmando que este
sistema é "violento e injusto e limitador dos
horizontes da humanidade", concluindo que devem ser
criadas alternativas para este processo.
Para além do tema principal, a mesa foi questionada
sobre o movimento sindicalista e a necessidade de este ser
revitalizado, bem como o problema das multinacionais que
se estão a deslocar para países onde a mão
de obra é mais barata. Foi referido o caso da Eres,
empresa sediada no Fundão e que recentemente decretou
falência.
Luis Garra, coordenador da União dos Sindicatos,
no final mostrava-se satisfeito, afirmando que "foi
um debate rico, onde foram expostos problemas que preocupam
diariamente os trabalhadores", acrescentando que se
obteve "uma resposta à necessidade de continuarmos
a debater e a reflectir sobre os problemas dos operários".
Garra reafirmou a necessidade da existência dos sindicatos
para os trabalhadores, sublinhando: "Nós passamos
muito tempo a fazer de bombeiros".
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