Grande adesão popular às comemorações do 1º de Maio
Comemorações do 1º de Maio na Covilhã
Garra exige Plano de Emergência

Na habitual intervenção sindical do Dia do Trabalhador, Luís Garra pediu a ajuda do Governo para a resolução da actual crise no sector têxtil.


Por Catarina Rodrigues


Numa altura em que o distrito atravessa uma situação difícil a nível económico e social, o comício do 1º de Maio realizado pela União dos Sindicatos de Castelo Branco (USCB), teve uma importância acrescida.
Em apenas oito meses, mil e 500 pessoas ficaram sem emprego na região. Luís Garra, coordenador da USCB, fez questão de referir a "enorme aflição" em que vivem algumas empresas do sector dos lanifícios e das confecções enquanto o sector dos aglomerados de madeira praticamente desapareceu.
Garra considera importante distinguir "o que é a crise real do que é a crise inventada", já que para o dirigente sindical há empresas produtivas e lucrativas que à "boleia da crise" continuam a pagar mal aos seus trabalhadores.
Muitos populares assistiram à intervenção em que Luís Garra renovou o apelo do Plano de Emergência para o distrito. A USCB escreveu na semana passada uma carta ao ministro da Economia a propor a realização de uma reunião de trabalho para discutir a problemática que o sector têxtil atravessa. Os dirigentes sindicais aguardam agora a resposta de Carlos Tavares. O mesmo apelo já tinha sido feito anteriormente ao primeiro ministro Durão Barroso, que até ao momento não respondeu. Luís Garra prometeu continuar a luta e mobilizar a população caso a situação não se resolva.

Tempos difíceis não impediram festa

O desemprego, os baixos salários e a necessidade de devolver competitividade às empresas foram temas dominantes no comício. Mas, o Dia do Trabalhador é de festa e a animação não faltou na Praça do Município. Os ranchos folclóricos da Boidobra, do Ourondo e da Casa do Povo do Paúl participaram no Encontro de Folclore Federado enquanto decorriam os torneios de damas e xadrez. No Pelourinho funcionou ainda um atelier de pinturas onde os mais novos puderam passar para o papel a ideia que têm do 1º de Maio. O grupo de música cubana "Arimao" encerrou as comemorações.
O mês da Maio será marcado por lutas e reivindicações por parte da CGTP-IN. Amanhã, dia 8, irá realizar-se um plenário nacional de dirigentes e activistas sindicais, junto ao Ministério do Trabalho em Lisboa. O objectivo é defender uma segurança social pública, universal e solidária. No dia 15, ainda na capital será feita uma exposição pública de denúncia sobre o escândalo dos acidentes de trabalho em Portugal.