Numa
altura em que o distrito atravessa uma situação
difícil a nível económico e social,
o comício do 1º de Maio realizado pela União
dos Sindicatos de Castelo Branco (USCB), teve uma importância
acrescida.
Em apenas oito meses, mil e 500 pessoas ficaram sem emprego
na região. Luís Garra, coordenador da USCB,
fez questão de referir a "enorme aflição"
em que vivem algumas empresas do sector dos lanifícios
e das confecções enquanto o sector dos aglomerados
de madeira praticamente desapareceu.
Garra considera importante distinguir "o que é
a crise real do que é a crise inventada", já
que para o dirigente sindical há empresas produtivas
e lucrativas que à "boleia da crise" continuam
a pagar mal aos seus trabalhadores.
Muitos populares assistiram à intervenção
em que Luís Garra renovou o apelo do Plano de Emergência
para o distrito. A USCB escreveu na semana passada uma carta
ao ministro da Economia a propor a realização
de uma reunião de trabalho para discutir a problemática
que o sector têxtil atravessa. Os dirigentes sindicais
aguardam agora a resposta de Carlos Tavares. O mesmo apelo
já tinha sido feito anteriormente ao primeiro ministro
Durão Barroso, que até ao momento não
respondeu. Luís Garra prometeu continuar a luta e
mobilizar a população caso a situação
não se resolva.
Tempos difíceis não impediram festa
O desemprego, os baixos salários e a necessidade
de devolver competitividade às empresas foram temas
dominantes no comício. Mas, o Dia do Trabalhador
é de festa e a animação não
faltou na Praça do Município. Os ranchos
folclóricos da Boidobra, do Ourondo e da Casa do
Povo do Paúl participaram no Encontro de Folclore
Federado enquanto decorriam os torneios de damas e xadrez.
No Pelourinho funcionou ainda um atelier de pinturas onde
os mais novos puderam passar para o papel a ideia que
têm do 1º de Maio. O grupo de música
cubana "Arimao" encerrou as comemorações.
O mês da Maio será marcado por lutas e reivindicações
por parte da CGTP-IN. Amanhã, dia 8, irá
realizar-se um plenário nacional de dirigentes
e activistas sindicais, junto ao Ministério do
Trabalho em Lisboa. O objectivo é defender uma
segurança social pública, universal e solidária.
No dia 15, ainda na capital será feita uma exposição
pública de denúncia sobre o escândalo
dos acidentes de trabalho em Portugal.
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