Por Alexandre Silva
Lançado
em Março último, o último
trabalho do inglês Billy Bragg, corre o
risco de se
tornar num dos melhores álbuns da sua carreira.
No mínimo é, sem sombra de
dúvidas, o mais maleável e versátil
dos 11 editados até ao momento.
Acompanhado, agora, pelos The Blokes, a música
de Bragg ganha uma amplitude que
não possuía com os seus anteriores
parceiros, os Wilco. Desde a paisagem reggae de
"Jane Allen", até à batida
ácida de "NWPA" (No Power Without
Accountability),
passando pelo cinismo pop de "Somedays I
see the point", ou o calor californiano de
"Baby Faroukh", o músico canta
paixões antigas e as angústias do
trabalhador de
"colarinho azul". Isto sem, contudo,
perder o sentido do ponto de partida: as
referências folk e rock britânicas
e americanas.
Mais melódico e sintético que os
seus antecessores, "England, half english"
não lhes
fica atrás, todavia, na forma cáustica
com que continua a abordar a política do
mundo
em geral, e do seu país em particular.
Ou não fosse ele um elemento, "incómodo",
do
parlamento britânico.