Hedwig
A Origem do Amor

de John Cameron Mitchell


Por Pedro Homero


Sempre tive um pé atrás com musicais. Filmes onde as personagens de repente
começam a desfiar a estória através de canções (muitas vezes acompanhadas de
danças)... enfim, nunca foram o meu género. Gosto de alguns, mas nunca foi o meu
género.

Hedwig and the Angry Inch (Hedwig, A Origem do Amor, por cá) é uma honrosa
excepção: sim, cantam e sim, dançam, mas se calhar atura-se por estarem em cima
de um palco.

Para sermos livres, temos que abdicar de uma pequena parte de nós próprios, diz-
nos Hedwig, o ser andrógino nascido do lado errado de Berlim, líder de uma banda
puck-rock cujo reportório se baseia na própria vivência do/a vocalista.

O amor e o ódio, a fuga e o retorno, a vingança e a redenção, tudo tratado de uma
forma bem fora da norma (que para normalizado já basta o pão) com uma banda
sonora fortíssima (isto era uma peça off-broadway antes de ser passada para o
celulóide) e que não deixa os espectadores indiferentes.

O filme já passou aqui na Covilhã (obrigado, CCBI) e não faço a menor ideia se vai
ou não estar disponível nos clubes de vídeo. Esperemos.