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Como cidadão (estudante) devo
acrescentar...
1º- Num
tempo em que se fala insistentemente em educação
para a cidadania, atrevo-me a deixar levar-me pela onda
e a reclamar uma participação, directa ou
não, na construção da sociedade actual.
2º- Sou preconizador da tal teoria
que defende os locais próprios para tratos próprios,
mas quando, numa manhã qualquer, acordo e oiço
numa rádio nacional "Estudantes da UBI vítimas
de insucesso escolar - denuncia Presidente da AAUBI",
então desculpem lá mas atrai-me toda a legitimidade
de contra-argumentar do mesmo modo. Em todo o caso, não
procurando protagonismos ou propagandas fáceis,
fico-me pelo URBI que é, para o caso, o local adequado
para apreciações referentes à Academia.
3º- Não é minha
intenção tomar qualquer tipo de partidarismo,
seja ele político ou corporativista. Acredito que
a isenção ainda é o melhor terreno
para o cultivo das ideias (embora a verdadeira não
exista).
Discute-se o insucesso. OK. Ele existe
e não é pouco. Mas cuidado! Muito cuidado
com a definição de insucesso. Porque as
estatísticas até nem são necessárias
para reconhecer que o insucesso se verifica cada vez mais.
Porque o que impressiona não são as pautas,
mas sim ouvir a satisfação de um aluno apregoando
ter estudado apenas dois dias para uma disciplina e ter
obtido uma classificação positiva. Isto
não será insucesso? Afinal, quanto se aprende
aqui? E é suficiente para se obter um diploma?
Não andaremos a iludir a sociedade? Sobretudo os
empregadores? E as excepções não
são para aqui chamadas, até porque só
confirmam a regra.
Manifestações!!! Na passada sexta-feira
pude ver no telejornal que alguns operários da
construção civil envergavam umas t-shirts
com a frase "Mais e melhor segurança na construção".
Acorreu-me imediatamente à memória aquelas
brilhantes "Todos os anos chumbo às mesmas
cadeiras" ou "80 por cento das cadeiras do Departamento
de Matemática são críticas".
Repare-se na distância que existe entre as duas
posições. E depois pensamos que uns são
estudantes do Ensino Superior e outros operários
civis - trolhas, pedreiros, etc. OK, tudo bem, amigos
na mesma.
Já todos sabemos que as causas
para o insucesso são inúmeras mas há
algumas que nos são directamente respeitantes.
Copiando uma definição algures enunciada
podemos dizer que existe um tipo de responsabilidade primária
e existem as outras. A primeira é nossa. Dos Estudantes
que têm a obrigação de estudar e dos
Professores que têm o dever de fazer com que os
anteriores aprendam. Aqui reside o fundamento da questão:
há que afirmar que se andamos à procura
de um patamar de entendimento então temos que admitir
que nós estudantes estamos mais longe dele. A propósito,
há uns tempos atrás um Professor dizia-me:
"Estudou pelo menos 40 horas para esta disciplina?...
Então como quer passar!!". "Pois, o tempo
dos milagres já lá vai", concluí
mais tarde. Assumamos de uma vez por todas que nunca tivemos
as condições físicas ( edifícios,
biblioteca, laboratórios, sistemas de informação
e novas tecnologias, estruturas de apoio desportivo, etc)
de que agora dispomos, nunca antes tivemos um corpo docente
tão extenso e qualificado como agora, nunca as
estruturas estudantis foram tão organizadas e dinamizadas
como agora, e muitos outros exemplos que poderiam ser
aqui dados. No entanto, não se pense que estamos
como queremos. Nem uma das condições acima
mencionadas é já suficiente. Há que
continuar a trabalhar para que nos aproximemos cada vez
mais da tão desejada satisfação e
consequente credibilização. Mas, acima de
tudo, há que estudar muito. Como dizia um famoso
compositor: "Um Masterpiece é o resultado
de 5 por cento de inspiração e 95 de transpiração".
Tiago Oliveira Rodrigues
tiago.mat@portugalmail.pt
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