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PARKURBIS
A Beira Serra carece de infra-estruturas destinadas ao
desenvolvimento de investigação que, consequentemente,
logrem aumentar o número de postos de trabalho,
de serviços e de comunicações. Estas
não podem ser simples parques industriais (PI).
Têm de competir com outros empreendimentos do País,
mas também com os da vizinha Extremadura (a espanhola)
no que concerne à capacidade de fixação
de quadros superiores, envolvendo e obrigando à
qualificação dos técnicos, dos equipamentos
físicos e de todo um conjunto de aparentes pormenores,
que contribuem para uma "entourage" aliciante:
alojamento, equipamentos e serviços colectivos,
bancos, correios, restauração, creches,
instalações desportivas e de ócio,
depuração de resíduos, gás
natural, redes de telecomunicações.
Assim, convém advertir para que a tónica
do Parkurbis não pode ser especulativa, nem enfermar
da falta de regulação dos actuais PI, que
depreciam o projecto empresarial concreto e legitimam,
amiúde, lógicas de acumulação
de lotes para arrendamento, que oneram a comunidade tanto
pela indevida utilização do solo como pela
inexploração de potencial.
Há algum tempo, escrevi aqui
sobre as "eco-lógicas" que levam a plantar
élices geradoras de electricidade em cerros ermos.
O argumento contra a forma do negócio e contra
as características dos engenhos é, sobretudo,
um exemplo de revolta ante a importação
acrítica de tecnologia. Neste como noutros domínios,
formamos quadros (com tempo e esforço dos próprios
e recursos do erário) que depois desautorizamos.
Ler que Castilla e Léon, investe 2 mil e 500 milhões
de euros num projecto de desenvolvimento -não de
compra- de energias alternativas a ser desenvolvido no
Parque Tecnológico de Valladolid, leva-me a concluir
que o nosso deficit, é tão só consequência
da falta de bom-senso, passa pela desvalorização
do neurónio e acaba nas finanças.
Pensar em desenvolver soft e
hardware, laboratórios químicos, físicos,
de mecânica, de design e produto industrial, de
edição e restauro de arte, ou consultorias
jurídicas e financeiras, há muito sediadas
na orla mediterrânica da Península, exige
alto grau de compromisso dos associados, capacidade investigadora
da Universidade da Beira Interior e apoio político,
que deve revelar-se na afectação de fundos
regionais, nacionais e europeus (FEDER e SPRINT), garantido
a sua operacionalidade.
Um "ninho de empresas" pode oferecer condições
aos recém-licenciados pela UBI, para estruturarem,
antes de auto-financiarem, a sua actividade, contribuindo
para a criação de postos de trabalho e de
serviços de qualidade, mas também para a
fixação de pessoas - reivindicação
que talvez seja mais profícuo fito para os estudantes
do que a invenção de polémicas académicas
gratuitas.
Desenvolver projectos altamente especializados, no conceito
e nos âmbitos pré e pós-industrial,
só é possível com a colaboração
entre entidades à escala internacional. A chave
da eficiência operativa da I&D está no
factor humano, na integração de promotores
e investigadores qualificados (doutorados, licenciados
contratados ou bolseiros) que lhe definam um perfil de
exigência, excelência e de vanguarda.
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