"Sofro muito da coluna. Quero andar e não
tenho forças", queixa-se Maria de Lurdes Alves,
68 anos, reformada da indústria de lanifícios
e residente na Covilhã. Estes são alguns
sintomas da osteoporose o tema para um colóquio
que decorreu no Centro Comunitário das Portas do
Sol, no passado dia 10 de Abril.
"A nicotina e o álcool podem provocar osteoporose
porque reduzem a massa óssea", explica Rosa
Carlos, 30 anos, enfermeira no Centro de Saúde
da Covilhã. Uma dieta pobre em cálcio, a
falta de movimentos e o tratamento com corticosteróides
usados no tratamento dos problemas renais são outros
factores de risco. "Metade das mulheres, com mais
de 70 anos sofrem pelo menos uma fractura devido à
osteoporose", alerta.
O osso torna-se menos resistente com a idade. A osteoporose
afecta sobretudo as mulheres. Depois da menopausa os ovários
deixam de produzir estrogénios, as hormonas que
reforçam o colagénio, proteína que
ajuda a fixar o cálcio, nos ossos.
Mara Rebelo, 22 anos, enfermeira no Centro de Saúde
da Covilhã defende que a prevenção
é "o melhor tratamento". A enfermeira
deixou alguns conselhos: "É essencial ter
uma alimentação rica em cálcio, não
fumar nem ingerir excessivamente álcool, fazer
exercício físico, evitar as quedas e apanhar
sol que 'fortalece os ossos' devido à vitamina
D". O tratamento médico faz-se com suplementos
de cálcio, estrogénios, fósforo e
sódio.
A osteoporose é uma doença incurável,
que afecta meio milhão de pessoas em Portugal.
Anualmente ocorrem mais de cinco mil fracturas da anca
que correspondem a dez por cento das grandes cirurgias
em ortopedia. Cada operação custa ao Estado
quase quatro mil e 500 euros. O tratamento da osteoporose
representa um por cento do Orçamento de Estado
para a saúde.
O colóquio, organizado pela Coordenação
Concelhia do Ensino Recorrente e Educação
Extra-Escolar da Covilhã, teve o apoio do Centro
Comunitário das Portas do Sol e do Centro de Saúde
da Covilhã.
|