A infinita melodia do amor



Maximillian Hecker | Infinite Love Songs | EFA-Caroline|2001


Por Alexandre Silva


Com uma voz chorosa e melodias contorcidas e arrastadas, à primeira audição, este "Infinite Love Songs", do germânico Maximillian Hecker, assemelha-se uma tradução para inglês dos imperceptíveis Sigur Rós. Mas, ao contrário dos seus "colegas" islandeses, que no último ano chegaram a ser elevados a "profetas" da nova pop e que, entretanto, iniciaram a curva descendente na parábola da fama, Hecker tem tudo para se afirmar no panorama alternativo do género sedutor dos Air ou dos Momus.
Infinite Love Songs é uma verdadeira obra de autor. Max é a voz, a composição, a guitarra, o baixo, a bateria, o sitetizador e a produção. Um feito admirável para alguém com apenas 23 anos, apesar de já ter integrado, como baterista, vários projectos de Berlin. Tímidas, lacrimejantes e profundamente poéticas (não confundir com depressivas), as faixas sucedem-se como estrofes de um mesmo canto. O que, por sua vez, desculpa o tom monocórdico ao longo das doze canções.
Lançado em Outubro último, Infinite Love Songs corre o risco de nunca esgotar o prazo de validade. Não sendo absolutamente genial, é uma verdadeira ode ao amor inocente, apropriada para umas noites em frente à lareira (esteja ou não frio), de preferência... com uma companhia simpática.