Por Alexandre Silva
                                
                              
                                 
                              Com 
                                uma voz chorosa e melodias contorcidas e arrastadas, 
                                à primeira audição, este 
                                "Infinite Love Songs", do germânico 
                                Maximillian Hecker, assemelha-se uma tradução 
                                para inglês dos imperceptíveis Sigur 
                                Rós. Mas, ao contrário dos seus 
                                "colegas" islandeses, que no último 
                                ano chegaram a ser elevados a "profetas" 
                                da nova pop e que, entretanto, iniciaram a curva 
                                descendente na parábola da fama, Hecker 
                                tem tudo para se afirmar no panorama alternativo 
                                do género sedutor dos Air ou dos Momus.
                                Infinite Love Songs é uma verdadeira obra 
                                de autor. Max é a voz, a composição, 
                                a guitarra, o baixo, a bateria, o sitetizador 
                                e a produção. Um feito admirável 
                                para alguém com apenas 23 anos, apesar 
                                de já ter integrado, como baterista, vários 
                                projectos de Berlin. Tímidas, lacrimejantes 
                                e profundamente poéticas (não confundir 
                                com depressivas), as faixas sucedem-se como estrofes 
                                de um mesmo canto. O que, por sua vez, desculpa 
                                o tom monocórdico ao longo das doze canções. 
                                
                                Lançado em Outubro último, Infinite 
                                Love Songs corre o risco de nunca esgotar o prazo 
                                de validade. Não sendo absolutamente genial, 
                                é uma verdadeira ode ao amor inocente, 
                                apropriada para umas noites em frente à 
                                lareira (esteja ou não frio), de preferência... 
                                com uma companhia simpática.