Câmara contrai novo empréstimo
Orçamento e Plano
de Actividades aprovados
A autarquia covilhanense
vai contrair mais um empréstimo que totaliza cerca
de dois milhões e meio de contos de dívidas
à banca. No entanto, Carlos Pinto assegura que
ainda estão longe de atingir o limite de endividamento
da Câmara.
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Por Ana Maria
Fonseca
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Foi aprovada em Sessão de Câmara, na passada
sexta feira, a contracção de mais um empréstimo
por parte da Câmara Municipal da Covilhã. O
empréstimo foi também discutido e aprovado
em Assembleia Municipal no mesmo dia.
Carlos Pinto apontou para a necessidade de usar a capacidade
de endividamento da Câmara Municipal. "É
a base financeira que sustenta o novo orçamento",
explicou.
Uma medida que pretende fazer face aos "6 ou 7 milhões
de contos que estão a descoberto", dos 13 milhões
de investimento previstos para este mandato.
"Temos de cobrir a diferença entre as receitas
e as despesas. com financiamentos, com alienação
de património, com a tentativa de obter mais receitas",
ressalva.
Este empréstimo não deixa de ser também
uma medida preventiva relativamente às directivas
do governo. "Não sabemos o que aí vem,
inclusive se vão mexer ou não naquilo que
é o actual quadro legal de financiamento às
autarquias, de maneira que estamos a tomar as providências
adequadas para esse efeito", salienta.
O edil covilhanense refere que o dinheiro não é
preciso "para amanhã, nem se calhar para este
ano", mas defende que é necessário "tomar
algumas cautelas porque temos um plano a quatro anos, que
vai até ao final do mandato". Para atender ao
conjunto de actividades previstas, onde se incluem "obras,
importantes para o nosso futuro" e aproveitar os fundos
comunitários, "em cada mil contos de fundos,
nós temos de arranjar 400 ou 500, senão perdemos
os outros", explica.
Carlos Pinto defende que as autarquias não podem
pagar pelos erros que geraram os problemas das finanças
públicas em Portugal. Responsáveis pelo desequilíbrio
das finanças do País, o edil aponta empresas
estatais como a TAP, a RTP, a REFER e a Carris, defendendo
que os municípios precisam de "mais transferências
e não de menos". Por este motivo, "temos
que nos precaver para quaisquer circunstâncias que
ponham em causa o projecto de desenvolvimento que está
em curso na Covilhã", sublinha.
Um mau período para as autarquias
"Estamos a falar, entre
empréstimos e renegociação de outros
empréstimos já contraídos, em cerca
de dois milhões e meio de contos, que é
uma verba significativa", refere Miguel Nascimento,
vereador socialista da Câmara Municipal.
O vereador defende que se esta verba vai ajudar a que
as obras do concelho não parem, por outro lado
"vai complicar o quadro da gestão financeira"
da Câmara Municipal. Miguel Nascimento absteve-se
na votação desta matéria, apesar
de se ter associado à preocupação
de Carlos Pinto quanto ao anúncio público
feito pela Ministra das Finanças, Manuela Ferreira
Leite. A nova ministra do Governo de Durão Barroso,
apontou para uma previsível austeridade financeira
que vai incidir sobre as câmaras municipais. "Nós
vamos viver um período mau para as câmaras
municipais", ressalva Miguel Nascimento. "Fala-se
muito em despesa pública do estado e das autarquias,
mas está mais do que provado, que em termos de
rigor e gestão financeira, as câmaras municipais
geram muito melhor o dinheiro do que o próprio
estado", defende. Por outro lado, explica, a posição
do PS em relação a esta matéria continua
a "manifestar a mesma prudência e alguma preocupação
com a saúde financeira da Câmara", sublinha
e acrescenta "continuamos a seguir a linha dos empréstimos,
o que vai agravar, a médio ou longo prazo, a saúde
financeira da Covilhã".
Novos representantes na Associação de
Municípios Portugueses
Em Assembleia Municipal o PS absteve-se na votação
deste orçamento e o PCP votou contra, defendendo
que este implica uma "metodologia redutora que se
verifica pior relativamente ao ano anterior".
No entanto, Carlos Pinto garante que a capacidade de endividamento
da câmara está ainda longe de ser esgotada.
Durante a Assembleia Municipal decidiu-se ainda quanto
ao aumento da contribuição autárquica,
de 1.0 para 1.1 por cento, aprovada por maioria com voto
contra da bancada do PCP.
Foram também eleitos novos representantes para
a Associação de Municípios Portugueses,
tendo sido eleitos José Manuel Escudinha, presidente
da Junta de Freguesia do Canhoso e António Rodrigues,
presidente da Junta de Freguesia de Unhais da Serra.
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