Por
Ana Maria Fonseca
Se
Fernando Pessoa é lírico, melancólico,
angustiado e transcendente, Alberto Caeiro é rude,
simples, humilde. De entre os seus muitos génios,
Pessoa criou-o não só no papel, mas deu-lhe
uma vida e uma história.
Segundo Pessoa, Alberto Caeiro nasceu em Lisboa, mas viveu
quase toda a sua vida no campo. Não teve profissão,
e educação quase nenhuma, só instrução
primária. Cedo lhe morreram o pai e a mãe,
e deixou-se ficar em casa, vivendo de pequenos rendimentos.
Vivia com uma tia-avó, já idosa. Morreu
tuberculoso.
Pessoa criou uma biografia de Caeiro que se encaixa na
perfeição com a sua poesia. Ele escreve
com a linguagem simples e com o vocabulário limitado
de um poeta camponês.
Caeiro diz "pensar é estar doente dos olhos",
e quer apenas sentir a natureza. Em perfeita consonância
com a sua busca pela simplicidade, escreve versos livres
sem métrica regular nem rimas.
Aqui ficam alguns poemas deste heterónimo de um
dos maiores génios poéticos portugueses.
[Ler alguns poemas de Alberto
Caeiro]
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