Comemorou-se na passada quinta feira, 21, o Dia Mundial
da Floresta. Este ano, no distrito de Castelo Branco,
o evento foi assinalado oficialmente na Sertã.
Assim, na Câmara Municipal daquela localidade foram
feitos os pontos da situação da Acção
Integrada de Base Territorial do Pinhal Interior e discutiram-se
novas estratégias, medidas e instrumentos de política
florestal.
Durante a Semana Florestal, que começou no dia
18, foram distribuídas duas mil e 400 árvores
no distrito da Guarda, três mil e 600 no distrito
de Castelo Branco, mil 750 cartazes alusivos à
efeméride, 11 mil autocolantes e 12 mil e 500 brochuras.
Estiveram envolvidas nesta acção 20 delegações
florestais dos dois distritos, 521 escolas, 12 mil 420
alunos e mil e 600 professores. Segundo a Direcção
Regional da Agricultura da Beira Interior (DRABI), verificam-se
nesta área fenómenos de "disfunções
e desequilíbrios ambientais", que levaram
ao desordenamento da paisagem na Beira Interior, "tornando-a
degradada e em regressão". A DRABI cita os
caso de desertificação na zona raiana, de
monocultura de pinhal (Pinhal Interior), destruição
da vegetação e dos solos nas zonas de montanha,
em consequência de ocorrências cíclicas
de incêndios florestais (Serra da Estrela e Gardunha).
Ainda no entender dos responsáveis da DRABI, os
espaços florestais na Beira Interior, pela dimensão
que ocupam no território (cerca de 800 mil hectares),
com tendência crescente dada a redução
de actividade agrícola e diminuição
das populações de agricultores, "obrigam
a que qualquer estratégia de desenvolvimento para
a região tenha de considerar estes espaços
multifuncionais, enquanto produtores de bens e serviços,
conservadores e restauradores do ambiente". Nesta
região, apenas três por cento da floresta
está sob a gestão de organismo públicos,
detendo os privados os restantes 97 por cento, o que acaba
por dificultar os planos de reflorestação.
Por isso, a DRABI está a realizar Planos Regionais
de Ordenamento Florestal (PROF), de modo a que se harmonizem
posições que têm em vista a adopção
de novas vias de organização do espaço,
para que se criem paisagens rentáveis para os proprietários,
mas, ao mesmo tempo, contribuem para o equilíbrio
da paisagem.
Desenvolvimento sustentável da região
A DRABI, no que diz respeito à Acção
3 da medida AGRIS, fala na criação de novas
dinâmicas do sector florestal, com a introdução
de gestão empresarial, que possa contribuir para
o aumento de produção das áreas florestais
e a preservação da floresta contra os incêndios.
No que toca à constituição de novos
povoamentos florestais, a Direcção já
fez aprovar um conjunto de 14 projectos, num montante
de 3.884.730 euros, que envolvem três milhões
de ajuda pública e que irão permitir a criação
de 35 postos de trabalho directo, dos quais 23 técnicos
florestais com formação superior, que abrangerão
directamente uma área superior a 50 mil hectares
de floresta distribuída em 850 mil hectares do
território e que irão incidir sobre mais
de quatro mil e 500 proprietários. A DRABI espera
que assim se possa dar origem a uma paisagem qualitativamente
melhor na Beira Interior, "que será visível
dentro de 15 a 20 anos" e que terá em atenção
a zonagem ecológica, o sistema hídrico,
a compartimentação cultural, a recuperação
e a transformação dos sistemas de utilização
do espaço. A DRABI pretende um desenvolvimento
sustentável da região e um território
correctamente ordenado.
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