Crianças actuam num concerto dedicado à Páscoa

Concerto de Páscoa do Orfeão e Conservatório A magia da música Continua a encantar todas as gerações. Faz bem à saúde, é uma ocupação dos tempos livres e um dom natural, dizem, sobre esta arte. Por Marco António Antunes

"La cucaracha, la cucaracha, ya no quiere caminar, porque no tiene, porque le falta dinero para gastar..." Ao som do canto, violino e piano mais de 80 pessoas assistiram a um concerto de Páscoa no passado dia 23 no anfiteatro das sessões solenes da UBI. A organização do espectáculo coube ao Orfeão e Conservatório Regional de Música da Covilhã. Miguel Machado, 12 anos, estudante sublinha que "a música é uma arte que faz bem à saúde e uma ocupação dos tempos livres". A cucaracha "por ser muito mexida" foi a música que mais gostou. "Desde criança descobri a magia da música. É uma vocação que cada um traz à nascença. Devemos cultivar este dom precioso", confessa Francisco Pedroso, 68 anos, funcionário bancário aposentado e cantor no orfeão. A rotina diária é um obstáculo à música. "Hoje as pessoas têm uma vida muito ocupada: uns estudam, outros trabalham e alguns passam horas em frente à televisão. Mas é sempre possível arranjar tempo para a música", garante. Dulce Gomes, 48 anos, funcionária no Hospital da Cova da Beira é presidente da associação que gere o orfeão e o conservatório. "Com a crise orçamental o governo cortou os subsídios", explica. Entre as carências estão "a falta de instrumentos musicais e professores". O principal problema é a indiferença em relação à música. "A direcção acabou o mandato, mas teve de continuar em funções. Ninguém quer participar na gestão da música", lamenta. "Ninguém quer participar na gestão da música", lamenta Dulce Gomes O repertório incluiu músicas populares portuguesas, mexicanas galegas, francesas e inglesas. Entre os compositores estrangeiros, os coros interpretaram Ave Verum de Mozart, Jesus Bleibet de Bach, Over the Rainbow that's the Way it is de Arlen, Ungaresca de Paix, Goodnigt Sweet de Carter e Hudson. Nos autores portugueses destaque para O Indiozinho e O Eco de Ana Maria Ferrão. O público ouviu os espirituais negros Everybody sing Freedom, Go Down Moses, My Lord e Nobody Knows that I See. O professor José Carlos Oliveira dirigiu o coro infantil do 1º e 2º ano, o coro infantil do 3º e 4º ano, e o coro do conservatório. O maestro Vítor Casanova dirigiu o coro do Orfeão.