Abordar temas como o suicídio e o sangue de uma
forma despreocupada e levar os espectadores a pensarem
de uma forma diferente foi o objectivo desta interpretação.
"A Unha e a Carne", uma criação
do Grupo de Teatro do Instituto Superior Técnico
de Lisboa - GTIST foi representada no Teatro-Cine da Covilhã,
na noite do passado sábado.
Num cenário marcado pelo branco, um homem explica
a uma mulher, qual o modo mais eficaz para cortar os pulsos.
A ouvinte escuta todos os pormenores com muita atenção
para de seguida perguntar se alguém quer comer
alguma coisa. Cenas como esta, repetiram-se algumas vezes,
com um misto de falta de sensibilidade e de loucura.
As personagens entram constantemente em luta uns com os
outros, auto mutilam-se e gritam de uma forma irracional
e louca. Todos sentem raiva contra a vida quotidiana,
estandardizada e ordenada.
A música está presente no decorrer da acção
para dar relevo aos risos irracionais e aos choros frenéticos.
A peça foi acompanhada com grande interesse pelos
espectadores que, no final da actuação,
presentearam os jovens actores com muitos aplausos.
A Unha e a Carne foi encenada pela espanhola Susana Vidal.
A encenadora considera "que toda a acção
e todas estas personagens, é como se estivessem
dentro da cabeça de uma outra pessoa".
O nome da peça reflecte "os encontros do quotidiano,
que são usados para os indivíduos cortarem
as unhas dos pés e das mãos. A carne simboliza
o aspecto humano da questão", concluiu Susana
Vidal.
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