"Canto de Sereias", a mais recente peça
da ASTA, ante-estreou no passado dia 6 de Março
em Castelo Branco, no bar "Património".
Produzida para ser apresentada em salas não convencionais
de, esta é uma peça que nos fala da animalidade
humana e que reúne três artes: o teatro,
a música e a fotografia.
"As pessoas encontram-se nos bares e vão cada
vez menos ao teatro", afirma António Abernú,
encenador de o "Canto de Sereias". Este é
o motivo pelo qual as intérpretes Felícia
Tiopisto, Vânia Caetano e Sónia Torres não
pisaram e nem pisarão um palco convencional de
teatro. Segundo o encenador, é a peça que
irá ao encontro do público e não
o contrário: "No teatro as pessoas saem e
dispersam-se enquanto que nos bares as pessoas ficam e
conversam". As expectativas foram superadas já
que o bar encheu para assistir a esta peça cuja
autora é a a argentina Susana Torres Molina.
"Andamos à procura
de respostas mas por vezes não existe resposta"
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O tema deste trabalho foca
a parte animal que existe no homem, a vontade e
o seu oposto, o bem e o mal, a dor da existência
no quotidiano, o desejo e outros temas relacionados
com a irracionalidade, os sentimentos e as emoções.
Segundo António Abernú, a peça
fala-nos daquelas coisas da vida que o ser humano
não é capaz de explicar, "Andamos
à procura de respostas mas por vezes não
existe uma única resposta".
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É neste contexto que as três intépretes
se apresentam ao público em lingerie com uma interpretação
voltada para a exploração dos movimentos
corporais que se aproxima do sensualismo. Para Sónia
Torres, representar em lingerie não é motivo
de inibição. "No momento da representação
encarnei de tal forma a minha personagem que me abstraí
de tudo o resto", afirma. Quanto ao local a intérprete
revela-se satisfeita: "O Património tem a
decoração e o ambiente propícios
para esta peça e além disso o contacto com
o público pareceu-me mais directo, mais íntimo".
No final, o público aplaudiu de pé este
"Canto de Sereias". Na Covilhã, a peça
estreou no piso superior do Teatro Cine, no dia Internacional
da mulher. "Uma peça interpretada por mulheres
no dia Inernacional da Mulher", comenta o encenador.
A peça não será apenas apresentada
no distrito de Castelo Branco. " Vamos levá-la
a vários sítios do país como é
o caso de Almada e Coimbra, por exemplo, mas ainda estamos
à espera de várias confirmações".
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