Por Francisco Carvalho


Mota Campos

O PP apresenta nestas eleições legislativas o advogado Mota Campos como cabeça de lista pelo distrito de Castelo Branco. O candidato popular vê esta campanha política como uma luta pelas verdadeiras ideias que interessa discutir, e apresenta três projectos estruturantes para o distrito.
O primeiro é o comboio de alta velocidade. O candidato propõe a "linha em T deitado" que ligaria Lisboa ao Porto, com a ligação a Espanha a passar por Castelo Branco.
O segundo projecto é o aeroporto comercial da Covilhã, que já está pensado desde o antigo regime e que, para o candidato, não é um projecto nada megalómano. Seria um aeroporto preparado para receber aviões de média dimensão com capacidade de 20 ou 30 lugares e carga comercial. O projecto inclui um hangar simples que, segundo o candidato, custaria tanto como os estudos e projectos para o aeroporto da OTA.
O último projecto estruturante é dar um sentido ao regadio da Cova da Beira. Mota Campos diz que este projecto já está definido desde os anos 60 e, apesar de ser terminado em 2006, não terá a rentabilidade prometida. "Falta a mão-de-obra especializada e as estruturas logísticas para os 14 mil hectares de regadio serem rentabilizados", declara o candidato popular.
Outra das prioridades para o PP para este distrito é a descentralização. Mota Campos considera necessário trazer para Castelo Branco os meios necessários para se tomarem as decisões por quem vive e sente os problemas. "Mas disso ninguém fala nesta campanha", refere.
Por isso, o candidato popular critica duramente a campanha, tanto a nível nacional como regional. É a campanha do Euro 2004 e da bipolarização entre rosas e laranjas. Mas como o PP não tem dinheiro para este tipo de campanha massiva, tem de se dar aconhecer, essencialmente, pelos meios de comunicação, na tentativa de se afirmar como alternativa que é.
Mota Campos faz um forte apelo aos eleitores: "Se querem mudar, têm que dar um voto de confiança ao PP para podermos participar activamente e sermos influentes durante quatro anos". Para o PP, é necessário impedir os malefícios de uma maioria absoluta e lutar para que se façam as verdadeiras reformas estruturais. Na opinião deste advogado, a campanha tem sido vazia de ideias e assemelha-se a "um concurso pimba". É uma campanha onde aparece uma "pára-quedista política" que "não conhece os problemas da região e reduz a política a pouco mais do que nada".
O PP quer subir mais de 10 mil votos nestas eleições para eleger um deputado, mas Mota Campos garante não se sentirá derrotado se tal não acontecer.

 



Perfil

Mota Campos tem 43 anos, é casado, tem dois filhos e exerce advocacia. Nasceu em Braga, mas tem raízes neste distrito porque a sua mãe tem várias propriedades na região. Vive em Lisboa, onde trabalha. Está no CDS-PP desde o seu início. É membro da Comissão Política Nacional desde 92, e já foi candidato à Câmara de Braga e pelo círculo eleitoral de Braga. É também membro da Comissão Nacional de Eleições. Considera-se um homem de intervenção ideológica porque como necessita de viver, não tem possibilidades de estar sempre na política activa.